Nesse artigo, pretende-se fazer uma reflexão sobre a emigração de haitianos ao Brasil. Após o terremoto no Haiti em 2010, houve um grande índice de migração em busca de melhores condições de vida e de dignidade humana. Dessa forma, pretendemos analisar junto aos emigrantes haitianos o processo de saída e de construção de uma nova vida dentro de um país desconhecido, tendo como relevância sua identidade, língua e cultura, como isso atinge e entra em conflito com um modo de vida totalmente novo. Por fim, analisaremos através de entrevistas como essas variáveis interferem na busca de um trabalho, levando sumariamente alguns destes cidadãos haitianos a submeterem-se a trabalhar precariamente e em condições subumanas, sem condições dignas, tanto no amparo legal, quanto ao aspecto social, no que trata a convivência destes em solo estrangeiro e, sendo muitas vezes, estigmatizados não apenas pela barreira linguística, mas também por diversos assédios e preconceitos latentes a quem vem a um novo país em busca de um horizonte econômico e social mais concreto, apesar das dificuldades iminentes que não apenas haitianos vivenciam no Brasil, mas tantas outras pessoas de países distintos que desembarcam para “tentar a sorte” a todo e qualquer custo.