Esta comunicação objetiva apresentar um capítulo da obra coletiva que trata sobre a experiência da educação não-sexista implementada pela Prefeitura da Cidade do Recife-PE (Brasil), desde sua proposta, em 2001. O problema central é notar a, ainda atual, importância de políticas públicas de gênero, a partir dos resultados de vivências ocorridas em governos democráticos e populares, num contexto de avanço dos movimentos de mulheres e feministas. A metodologia adotada é historiar o contexto sócio-político em que se insere a análise, fundamentada na abordagem de Gênero, proposta por Joan Scott, sobre o documento Revista Lilás: a educação não-sexista, de 2004. O resultado é uma narrativa sobre a institucionalização de políticas de gênero, implementada pelo governo municipal do Recife, com destaque ao papel das feministas que integraram a estrutura municipal, desde a criação do órgão Coordenadoria da Mulher até a sua articulação com a Secretaria de Educação, para desenvolver ações em favor às demandas históricas de não-marginalização, de não-opressão e não- exploração das mulheres, a partir do debate com as acadêmicas feministas nacionais e estrangeiras: uma educação alinhada com a teoria feminista de gênero, com atenção especial ao problema do analfabetismo feminino como fator de violência, e voltada para as mulheres. A discussão reflete a atualidade das ações de reconhecimento do papel capital da educação na práxis inclusiva, tanto econômica, como política e social, do corpo feminino da sociedade. Conclui-se que as sociedades presentes que não percebem o necessário “empoderamento” das femininas marcham para o caos e para o fim da história.