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Recrutamento em movimentos de alto risco: o caso da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) da Nicarágua
Maria Mercedes Salgado.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.

Resumen
O objetivo desse trabalho é explicar quais os motivos que levaram os ativistas da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) da Nicarágua a se engajarem em um movimento de alto risco. Três perguntas específicas o nortearam: o que motivou as pessoas a se engajarem na Frente Sandinista? Qual o perfil delas? Como, quando e onde foram recrutadas? Para responder a elas, foram reconstruídas as oportunidades políticas para o surgimento da Frente Sandinista. Foi verificado que dois eventos cronológicos, o assassinato de Anastacio Somoza, pela oposição, e o triunfo da Revolução Cubana, deram impulso a um ciclo de protesto marcado pelo uso da violência política. A jovem oposição entendeu que não havia outra alternativa para derrubar a dinastia somozista. A FSLN nasceu a partir suas tentativas e erros, fundada em um consenso sobre determinados princípios fundamentais: o exemplo de Cuba; a independência de os partidos tradicionais Conservador, Liberal e Comunista; e a identificação com a luta de Augusto C. Sandino. O líder, Carlos Fonseca, teve um papel angular na construção dos enquadramentos interpretativos sandinistas que atraíram os ativistas para a mobilização. A Frente proclamou-se antissomozista, anti-imperialista e revolucionária, recuperando o nacionalismo e o anti-imperialismo praticado por Sandino, alimentado pelo o marxismo-leninismo e a doutrina do novo homem, herdada do movimento de Fidel Castro e Che Guevara. Posteriormente o cristianismo da Teologia da Libertação identificou-se e incorporou-se ao sandinismo. O perfil dos ativistas quando do triunfo da Revolução Sandinista mostra que cerca de três quartos do total eram estudantes universitários e secundaristas, e quase um terço eram mulheres, confirmando a juventude e alta participação feminina no combate sandinista à ditadura. Os resultados afiançam que os motivos para engajamento no ativismo de alto risco foram uma profunda identificação com a identidade do movimento, acrescentada pelo exemplo e sacrifício dos que morreram. A disponibilidade biográfica dos ativistas – ausência de compromissos familiares e profissionais - facilitaram o engajamento. Os laços sociais prévios, tanto organizacionais como pessoais, funcionaram como contextos de socialização dos ativistas. Os principais contextos de recrutamento foram o movimento estudantil universitário e secundarista, e o movimento cristão revolucionário. Mais de três quartos dos ativistas foram recrutados por amigos ou familiares. Metodologia e material empírico Foi feita uma sistematização quantitativa dos dados das entrevistas em profundidade realizadas por Mónica Baltodano com ativistas da FSLN, no programa radial Entre todos (1999-2002). O tratamento qualitativo das entrevistas permitiu reconstruir as formas, fases e contextos de recrutamento da FSLN. O material empírico é sua trilogia Memórias da Luta Sandinista, publicada na Nicarágua em 2010, e um 4º volume em 2012. De um total de 145 depoimentos, foram selecionados 121. Como material de apoio foram consultados depoimentos coletados por outros entrevistadores, além de experiências pessoais publicadas em livros.
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