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HABEMUS PAPAM: a disputa em torno da primeira visita de João Paulo II ao Brasil
Marcelo Timotheo da Costa.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
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Resumen
Entre 30 de junho e 12 de julho de 1980, o papa João Paulo II visitou o Brasil (e a América do Sul) pela primeira vez – acontecimento que mobilizou intensamente a Igreja, governo e sociedade nacionais, levando multidões de fiéis a templos, estádios e às ruas de Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e outras nove cidades do país. Classificado pela própria Santa Sé como “pastoral”, o deslocamento de Karol Wojtyla por terras brasileiras tornou-se fenômeno de imprensa, ocupando espaço nobre nas redes de TV, rádios e periódicos locais (e, em menor escala, nos meios de comunicação internacionais). Assim, contrariando o prudente discurso romano e também aquele proferido pelo governo ditatorial brasileiro, interessados, por razões diversas, em diluir o conteúdo político da visita pontifical, deseja-se desvelar a acirrada disputa em torno da interpretação do sentido e legado deste inédito episódio na história do país. Disputa essa motivada pela particular conjuntura brasileira da época. Afinal, o país passava por tenso processo de redemocratização – conduzido por João Figueiredo, último general-presidente da ditadura. Processo esse tido como demasiado lento por críticos do longo regime de arbítrio (originado pelo golpe militar de 1964) e, no outro lado do espectro ideológico, visto como danoso aos interesses nacionais pela direita radical, que tentava sufocar a abertura política no nascedouro. Já, em termos mais específicos, quanto à Igreja Católica Romana no Brasil, acentuava-se, desde fins dos anos 1970, conflito interno entre grupos mais conservadores e apologistas de eclesiologia progressista, sobretudo os partidários da Teologia da Libertação – particular visão da fé que, agregando credo cristão e militância política de esquerda, conheceu importante acolhida entre hierarquia, clero e laicato nacionais. Difusão essa que repercutia com força em Roma, causando profunda preocupação do pontífice e em seu círculo mais próximo. Enfim, propõe-se, aqui, acompanhar – principalmente a partir do que foi publicado na grande imprensa brasileira naquele período – intenso debate ocorrido por conta da mencionada visita papal. Discussão pública que tomou as arenas eclesiais e políticas brasileiras, mobilizando agentes plurais: lideranças religiosas e teólogos, políticos de ideologia variada, jornalistas e acadêmicos. Trata-se de enfatizar as diferentes – e por vezes opostas – interpretações deste importante evento. Discussão que aponta para além do significado da visita em si mesma: ela auxilia a compreender parte significativa da história do catolicismo brasileiro, bem como o processo político nacional em tempos de luta pela redemocratização.
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