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Richard Morse e a história urbana da América Latina: diálogos entre os ensaios da juventude e os da maturidade
Domingues y Beatriz Helena.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
Resumen
O historiador norte-americano Richard Morse costumava dizer, citando Jorge Luís Borges, que existem dois tipos de pensadores: os que têm muitas ideias e os que só têm uma, a qual persegue por toda a vida, ainda que por diferentes atalhos. Borges e Morse se identificavam com o segundo tipo. De fato, uma avaliação do conjunto de suas obras mostra ser possível pontuar pensadores e temas que lhe “perseguiram” praticamente durante toda sua vida. Nesta apresentação me detenho em algumas ideias/ temas que perseguiram Morse, todas elas, como veremos, amparadas em uma metodologia comparativa, não apenas entre disciplinas como entre contextos culturais. No caso de Morse, entre os mundos anglo-saxão e o ibérico, e em suas extensões americanas. Este é o tema predominante nas obras da maturidade do autor: “Peripheral” Cities as Cultural Arenas (Russia, Austria, Latin America)\\\"(1984) O Espelho de Próspero (1988), A volta de MacLuhanaíma (1990) e “The Multiverse of Latin American Identity since 1920\\\" (1995). Esta comunicação visa perseguir o desenvolvimento da perspectiva comparativa entre os mundos hispano e luso americanos de um lado, e norte-americano do outro, nos ensaios da juventude do autor sobre a temática das cidades e da cultura colonial nas três Américas, com ênfase em “Prolegomenon to Latin American Urban History”, de 1972, no qual, a meu ver, encontramos a síntese dos estudos anteriores e o esquema geral daqueles que o autor viria a desenvolver nos anos seguintes até sua morte em 2001. Mais especificamente discute a interpretação do latino-americanista e brasilianista sobre a história e cultura urbana da América Latina com ênfase na conexão feita por ele entre a antiguidade e a Idade Moderna nos países ibéricos e na Hispano-América em uma perspectiva comparada com a Luso América (Brasil) e as “cidades puritanas” da América no Norte. Ao invés de buscar simplesmente continuidades o autor busca analogias entre a antiguidade e a modernidade ibérica e ibero-americana destacando a singularidade da Idade Média na confecção desta concepção de mundo. Isto será feito acompanhando a produção do autor sobre o tema desde os anos 1950 até a década de 1980.
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