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Revolução de 1964? A ditadura militar brasileira nos livros didáticos de história dos colégios militares
Soares Felipe.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
Resumen
O presente trabalho tem como objeto central de sua análise o livro didático da disciplina de História utilizado nos colégios militares do Brasil. Os colégios militares são instituições de ensino regular, coordenados pelo exército brasileiro e que ofertam as modalidades do ensino fundamental e médio. O livro didático em questão: História do Brasil Império e República é editoriado pela BIBLIEX (Biblioteca do Exército) e integra a Coleção Trompowsky, basicamente composta por livros didáticos de História e Geografia que são utilizados nas aulas das respectivas disciplinas nos colégios militares. A obra remonta um contexto sobre a ditadura militar brasileira que diverge evidentemente das produções historiográficas nacionais sobre a temática nas últimas décadas. O livro suprime e omite a quebra da democracia política com a postulação das reformas de base no governo João Goulart; as constantes violações dos direitos humanos em torturas, mortes e desaparecimentos de militantes políticos das inúmeras organizações e partidos de resistência; a repressão política, ameaças e censuras que tanto influenciaram a produção cultural no país. Em troca disso, o discurso utilizado se ampara na ação dos militares contra “os comunistas subversivos que colocavam em risco a segurança nacional” e também no “Milagre Econômico” promovido pelos governos militares. Ao escolher o termo “Revolução de 1964” os sentidos políticos, éticos e históricos implicados sobre o contexto mudam consideravelmente, revelando assim, dificuldades do exército brasileiro em revisar criticamente sua atuação protagonista e decisiva no golpe de 1964, postura que pouco converge com entendimentos sobre a democracia e cidadania atualmente. O ensino de história é participe direto na construção de identidades, subjetividades, de orientações temporais e políticas que norteiam a ação de sujeitos na vida prática. A interpretação histórica exposta em História do Brasil Império e República sobre a ditadura militar, compromete o entendimento de alunos(as) inseridos nesses estabelecimentos militares, além de dificultar um dos papeis fundamentais cabidos ao ensino de história na atualidade, em seus compromissos na construção da cidadania. Torna-se fundamental e tarefa reflexiva da didática da história, a verificação das versões do passado que estão sendo ensinadas. Por fim, o caso evidencia que as questões sobre a ditadura militar ainda tateiam com memórias e tensões políticas ainda muito vivas atualmente.
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