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O teatro como fonte de "stasis": um olhar sobre a cristianização de Antioquia segundo João Crisóstomo
VENTURA DA SILVA y Gilvan.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
Dirección estable:
https://www.aacademica.org/000-010/58
Resumen
Antioquia, na segunda metade do século IV, era célebre por abrigar uma população que nutria um entusiasmo particular pelos festivais, jogos e espetáculos cívicos, como é possível concluir da atuação dos magistrados locais, generosos nas demonstrações de evergetismo público. Ao lado de Elis e Apameia, Antioquia era, à época, a sede dos principais jogos olímpicos da Antiguidade, celebrados a cada quatro anos com pompa e circunstância. Os jogos tinham lugar em Antioquia e em Dafne, um subúrbio a 8 km no sentido sul, em locais próprios. Afora os Jogos Olímpicos, que movimentavam bastante a cidade de tempos em tempos, Antioquia contava ainda com um extenso calendário de comemorações religiosas das quais a Maiuma e a Caliopeia eram as mais concorridas. Essas festas davam ensejo a apresentações de mimos e pantomimas, encenadas no Teatro de Dioniso e no Teatro de Dafne com grande sucesso. Eram nesses ambientes associados aos cultos de Dioniso e de Zeus que a população de Antioquia tinha por hábito se reunir para assistir as performances de atores, atrizes e dançarinos. Considerando que o processo de cristianização do Império Romano na Antiguidade Tardia implicou, em larga medida, o esvaziamento das práticas culturais conectadas com a tradição cívica greco-romana, temos por objetivo, nesta comunicação, refletir sobre os ataques que João Crisóstomo, presbítero de Antioquia entre 386 e 397, desfere contra o teatro. Com o propósito de fixar as fronteiras entre cristãos e pagãos e de reforçar a autoridade episcopal sobre a congregação, João se esforça em alertar os ouvintes acerca da \"contaminação\" a qual estavam sujeitos ao frequentar os espetáculos teatrais, encenados num ambiente assolado pela idolatria. Nesse sentido, João desenvolve toda uma retórica de estigmatização do teatro, tido como um recinto saturado de potestades demoníacas no qual atores e espectadores, entregues aos cuidados de Satanás e suas falanges, eram capazes das piores baixezas. Em suas homilias, o pregador, em diversas oportunidades, admoesta a assembleia para que não se deixe seduzir pelos \"perigos\" do teatro, convertido, mediante argumentos bastante rudes, numa das piores heterotopias possíveis, um local capaz de transtornar a personalidade dos indivíduos e de ameaçar a existência da própria comunidade. Para João, o teatro não apenas era uma fonte de depravação dos costumes e de degradação do corpo, mas também de transgressão das normas que regiam a vida social, pois nele as hierarquias eram amiúde abolidas e subvertidas, numa afronta direta à ordem das coisas instituída por Deus.
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