¿No posee una cuenta?
A fotografia mortuária enquanto representação simbólica da morte
Suzany.Ap, Suzany Rodrigues - Universidade Federal do Amapa - UNIFAP.
XI Congreso Argentino de Antropología Social, Rosario, 2014.

Resumen
A morte é cercada de manifestações ritualísticas que caracterizam a lógica interna de cada grupo possuindo formas de representar e de lembrar os seus mortos. O estado de mudança, a passagem do morto para um “outro mundo” não significa o fim dos vínculos com os vivos, pois o seu corpo morre mas a sua memória permanece. Perpetuar a imagem do morto através do registro fotográfico foi durante anos uma prática bastante difundida dentro do ritual fúnebre, entre inúmeras funções a fotografia no século XX foi um instrumento utilizado no registro de pessoas falecidas, feita por fotógrafos profissionais que entre seus serviços ofereciam o retrato de pessoas no leito de morte sendo que este registro passou a compor o ritual fúnebre assim como outras ações. O trabalho aqui exposto apresenta resultados de uma pesquisa realizada na Cidade de Macapá-AP com dois grupos de famílias que possuem em suas casas fotografias mortuárias de um ente querido produzido no ato do velório. Através do método etnográfico buscamos compreender os vínculos afetivos que eles matem com este objeto. Constatamos que a relação entre morto e vivos não se limita no plano material, ultrapassam este campo e são mantidas através de relações simbólicas. A fotografia enquanto objeto que pode ser guardado, exposto, escondido etc. revela como o seu lugar no ambiente doméstico está relacionado com seu significado, nos grupos pesquisados encontra-se guardadas em lugares diferentes, em páginas de um livro e em um álbum de fotografias, enquanto uma família guarda para esquecer a fotografia o outro grupo faz questão que as novas gerações conheçam o objeto, pois mesmo com tratamentos distintos há um ponto em comum que acompanham o universo simbólico dessas imagens, o ato de não se desfazer das fotos incide neste “manter vínculos”, pois a desapropriação da mesma significa no plano simbólico romper laços com o familiar representado, além de que, mantê-las escondidas ou relembradas pelos familiares possui suas diferenças mas somente por de tê-las guardadas nos indicou como os vínculos entre pessoas são mantidos mesmo após a morte.