Fazendo uma interface entre antropologia e história, este trabalho pretende compreender o lugar e o sentido da história na localidade de Barão de Juparanã, em Valença/RJ, a relação entre o tempo e o espaço, assim como seus desdobramentos nas práticas do cotidiano. Tal vilarejo surgiu ao redor de uma fazenda de café do final do século XIX, a Fazenda de Santa Mônica, pertencente ao Marquês de Baependi e sua família. Dos filhos do Marquês de Baependi, o Barão de Juparanã foi o que travou um maior envolvimento com o povoado que surgia em volta da fazenda, realizando algumas obras que ainda são os principais monumentos da localidade. Segundo a narrativas dos moradores este Barão do café possuiu cinco escravas que viviam com ele como suas “esposas”, já que não teve nenhum casamento oficial. Destas surgiram cinco ramos familiares diferentes e muitos de seus descendentes continuam a viver na localidade chamada popularmente “Cidade dos Primos”. Viso também analisar a partir deste caso, como outras historicidades se relacionam com a história oficial e com o Estado. Para isso, busco fazer uma revisão do papel da história na antropologia focando principalmente no conceito de historicidade no sentido dado ao termo a partir de Claude Lévi-Strauss. Quanto à metodologia, faço uma “etnografia da história”, utilizando para isso o trabalho de campo clássico, estando lá para apreender a influência da história nas suas práticas cotidianas. Porém, também utilizo da análise de arquivos de família assim como registros oficiais como campo antropológico.