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Vivendo no Campo Minado: Entre Riscos, Apostas, Conhecimentos e Sobrevivências
Mendonça, Tássia - PPGAS - UFRJ.
XI Congreso Argentino de Antropología Social, Rosario, 2014.

Resumen
Entre 2010 e 2013 realizei um trabalho de campo na comunidade Jardim Batan, a partir desse trabalho etnográfico escrevi minha dissertação de mestrado (Mendonça, 2014) intitulada “Batan: Tráfico, Milícia e “Pacificação” na Zona Oeste do Rio de Janeiro”. Havia uma preocupação que atravessava a dissertação, de explorar as diferentes formas nas quais a noção de “conhecimento” aparecia. O conhecimento enquanto categoria nativa estava relacionado tanto ao saber, ao conhecer significados e territórios, quanto ao conhecer pessoas e estabelecer relações. Em ambos os casos, ter conhecimento se apresentava como um fator determinante nas relações políticas, nas mediações e trânsitos possíveis entre tráfico, polícia e milícia. A falta de conhecimento, em termos de saber e relações, poderia até mesmo ser a diferença entre viver ou morrer. É deste modo que “conhecimento” se traduzia enquanto o “saber viver” de moradores que sobrevivem no “campo minado”, expressão nativa, utilizada para falar do Batan como um território atravessado por poderes e conhecimentos distintos. Entre o tráfico e as polícias, tanto a miliciana quanto a “pacificadora”, os moradores repetem que: “quem sabe viver, sempre viveu bem”. O presente trabalho tem por objetivo desenvolver essa reflexão realizada na dissertação, a partir da categoria nativa de “conhecimento”, explorando seus mais diversos usos e significados. O eixo narrativo do trabalho se desenhará a partir das histórias e da vida de uma moradora: Cássia, em como ela sobrevive ao cotidiano de um “campo minado” no qual seus filhos foram executados.