O artigo aborda o Movimento Nosso Bairro é 2 de Julho, especificamente a ação do Coletivo 2 de Julho pela Vila Operária Coração de Maria, localizada em Salvador (Bahia), que sem o esforço para manutenção feito pelos moradores, provavelmente, não estaria mais de pé (sua estrutura data do século XIX) e na qual, famílias estão ameaçadas de perder suas casas por processo promovido pela Irmandade São Pedro dos Clérigos, proprietária da Vila, que pretende vendê-la para empresa interessada na construção de estacionamento comercial no local - um exemplo de violação dos direitos humanos em prol de interesses econômicos e que fere normas legais tais como: Direito de Preferência previsto no Código Civil; Direito Social à Moradia e à Cidade previstos na Constituição e no Estatuto da Cidade. Através de atividades como reuniões, manifestações, oficinas de jardinagem, intervenções artísticas etc, o Coletivo pautando-se em metodologias participativas, promove enfrentamento do atual Plano Urbanístico da Prefeitura, que propõe para este tradicional, histórico e cultural sítio, uma alteração radical das suas características sociais, simbólicas e arquitetônicas, inclusive, renomeando-o e apresentando-o para o mercado turístico internacional a exemplo do bairro de Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro. Assim, o trabalho apresenta um olhar sobre tecido urbano, formas e relações em um processo de participação, com ênfase no caráter pedagógico/educativo; discutindo autores, tais como Lynch; Bhabha, Marques; Magnani; Velho; Villar-Caballo; Pinto dentre outros e realizando aliança entre registro audiovisual como instrumento metodológico da coleta de dados etnográficos e formas tradicionais, próprias desse campo investigativo.