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Antropomorfização entre camponeses europeus e ameríndios: estudo bibliográfico a partir das obras de Viveiros de Castro e Despret-Porcher
Fausto, Juliana - PUC-Rio.
XI Congreso Argentino de Antropología Social, Rosario, 2014.
Resumen
A acusação de antropomorfismo é comumente direcionada tanto a povos não-ocidentais quanto a “populares” tomados como “amadores”, por contraposição a cientistas. O trabalho deter-se-á na questão da antropomorfização dos animais, levando em conta a pesquisa de Despret e Porcher entre pequenos criadores de animais em regiões de Portugal e França, publicada no livro Être Bête, de 2007, e a reflexão de Viveiros de Castro sobre o assunto, que tem por base cosmologias ameríndias. Explorando as ideias de que o “antropomorfismo, longe de ser especismo, como é o antropocentrismo, seja cristão, kantiano ou neo-construtivista, expressa a ‘decisão’ originária de pensar o humano enraizado no mundo, não acima dele”, (Viveiros de Castro, “Some reflections on the notion of species”, 2013) e “como a consideração pelos animais participa da essência mesma do ofício e da identidade daquele que o exerce” (Despret e Porcher), defender-se-á a hipótese de que a antropomorfização dos animais, no caso de camponeses europeus e povos ameríndios, constitui uma relação bilateral na qual os animais não-humanos, considerados sujeitos e agentes, são parte formadora, existencial e politicamente, dessas comunidades. Trata-se de pensar as diferenças e continuidades pelas quais esses dois modos de relação concreta com animais – isto é, uma relacão da qual o animal efetivamente participa e para a qual é convocado não apenas como um termo que permite enunciar uma excepcionalidade humana qualquer – recolocam a acusação de antropomorfização, cuja base antropocêntrica, mas também etnocêntrica, procurar-se-á esboçar.