As formas de observação e de auto-observação do sistema científico (e de seus efeitos nos demais sistemas sociais) estão em franca transformação, graças ao acesso e à possibilidade de tratamento de um volume de dados sobre a produção científica até pouco tempo atrás inconcebível. Para além da disponibilidade de metadados e de indicadores oferecidos pelas bases indexadoras de artigos científicos (como Web of Science, Scopus, SciELO etc.), multiplicam-se as fontes de informação relativas à circulação do conhecimento científico em diferentes âmbitos da vida social, como nos casos das enciclopédias colaborativas (sobretudo Wikipédia), das plataformas de mídia social (Twitter) e de produção de conteúdo (YouTube), isso para não falarmos em bancos de dados relativos a debates partidários, parlamentares e jurídicos. Por meio da exploração de dados empíricos de diferentes naturezas a respeito das ciências sociais no Brasil, e em diálogo com a sociologia das comunicações científicas proposta por Loet Leydesdorff (importante leitor e intérprete de Niklas Luhmann) e outras abordagens que lidam com o chamado \"big data\", apresentamos uma agenda de investigação em curso que procura rastrear a semântica dessas disciplinas, seus efeitos e ressonâncias em diferentes esferas da vida social, assim como os seus circuitos de circulação e comunicação.