Este artigo trata dos imaginários sobre ciência e tecnologia, seus empreendimentos ao tentar responder questões sobre a vida, a natureza e a cultura. O objeto da pesquisa se encontra nas “áreas de ponta do sistema científico e tecnológico”, por receberem atenção nos âmbitos econômico, político e social. Trata-se da Convergência Tecnológica de quatro disciplinas: Nanotecnologia, Biotecnologia, Tecnologias da Informação e Neurociências. No cerne desta integração se pauta o “Aprimoramento da Natureza Humana”. O melhoramento físico e cognitivo mediado pela interação humano- máquina é priorizado nesse contexto. A partir dessas tecnologias, nossa questão centra- se no que significa ser humano no século XXI e que tipo de sociedade se constrói nesse contexto. Apontamos as limitações tanto da sociologia quanto da biologia ao tentar responder essa questão, essas disciplinas parecem progressivamente reduzir seus objetos de estudo. Limitadas pela linguagem, conceitualmente e metodologicamente. Pautadas por um modelo de produção de conhecimento, que administra o que é ou não relevante, distanciando progressivamente a sociologia dos processos de tomada de decisão. Esse sistema influencia os imaginários sobre o futuro, aproximando-se do pós- humanismo. Ordens tecnológicas são configuradas por imaginários sociais coletivos, as tecnologias desenvolvem-se de acordo com o contexto em que emergem. Os valores sociais e científicos se articulam com o desejo de aprimoramento humano atrelado à tecnologia. Levando à construção de imaginários sociotécnicos que valorizam o controle da natureza humana. É uma realidade que começamos a experimentar, no final apontamos as consequências sociais do acoplamento de sistemas tecnológicos a sistemas biológicos.