Com o surgimento das novas tecnologias de informação e da microeletrônica, bem como do processamento e armazenamento de dados de diferentes formatos, o comportamento dos indivíduos no que diz respeito às relações sociais e à comunicação está sendo modificado. Observa-se também que as instituições, incluindo as policiais, sofrem mudanças em suas formas de agir e se relacionar com outras instituições e com a população. Este trabalho se propõe apresentar os primeiros resultados da pesquisa de doutorado que investiga as influências dessas novas tecnologias na instituição da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Brasil. Nota-se que há uma mudança nas ações dos agentes de segurança e nas corporações para as quais estes prestam serviço, constituindo um novo modo de exercer o controle do crime. É notório o uso intensivo de dados informatizados, uso de “mapas criminológicos”, análises estatísticas e planejamento do cotidiano policial. Foram realizadas entrevistas com diversos polícias militares (oficiais e praças) com o objetivo de identificar as principais tecnologias utilizadas pela PM como também coletar e analisar as perspectivas dos agentes sobre a influência destas novas tecnologias no desenvolvimento do policiamento ostensivo. A literatura internacional aponta que as práticas de utilização de “Big data” são atuais e identificadas nas atuações das polícias. Porém, além do plano institucional, configuram- se usos informais dessas tecnologias nas atividades policiais como a participação de policiais em mídias digitais e na utilização de novas tecnologias como aplicativos para celulares, smartphones e redes locais. Portanto, os temas são atinentes às políticas de segurança pública e relevantes para o conhecimento cientifico, e demonstram que as tecnologias fazem parte do cotidiano policial e influenciam na sua maneira de agir e fazer policiamento.