Com aumento acelerado e progressivo da expectativa de vida da população brasileira, em especial nas últimas décadas, percebemos implicações que repercutem na sociedade como um todo e instigam a compreender as mudanças sociais que ocorrem a partir da transição demográfica que aponta para uma sociedade com cada vez mais “velha”. O presente trabalho, resultante da natureza bibliográfica e documental que dará suporte a dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (Brasil), tem como principal objetivo analisar os aspectos sociais que caracterizam o envelhecimento populacional no país, considerando o predomínio de mulheres na população idosa e os altos índices de desigualdade social que, somados, demonstram desigualdades e discriminações estruturais que são capazes de modificar as relações entre indivíduos e, também, alterar as suas percepções de aspectos da vida social. Como resultado, identificamos que o envelhecimento populacional é também marcado por desvantagens pautadas por questões de gênero em que, as mulheres brasileiras acumulam, no decorrer de suas vidas. Dentre elas, podemos citar a violência, discriminação, salários inferiores e baixos níveis de escolaridade, como aspectos que constituem as concepções sobre a velhice, interferindo na construção dos modos de vida, nos modos de produzir materialmente a sua existência, nas relações dos indivíduos entre si, nas formas de organização da economia e nas relações de poder, constituindo uma nova realidade demográfica ao passo que interferem numa dimensão individual da vivência do processo de envelhecimento, constituindo um conjunto de representações e práticas que orientam a relação dos sujeitos com o próprio corpo e a forma como o corpo feminino será percebido coletivamente durante a velhice.