Este trabalho integra pesquisa de mestrado, em andamento, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia, cujo objetivo principal é analisar as principais transformações na condição de trabalho e inserção profissional de um conjunto de trabalhadores marcado pela tradição de profissão liberal: os advogados, especificamente, trabalhistas que atuam na Bahia. Rápida observação da realidade profissional dos advogados indica as profundas modificações do mercado de trabalho dessa categoria. Os escritórios apresentam, cada vez mais, características de empresas jurídicas, orientadas por gestão empresarial que atende à lógica da lucrativa atuação no setor de serviços. No Brasil, a partir da década de 1990, a proliferação de cursos de Direito gerou o crescimento e um excedente da disponibilidade de bacharéis em Direito. Segundo quadro de advogados atualizado diariamente pela OAB Federal, a quantidade de advogados no país já supera a marca de um milhão de profissionais. A Bahia figura na sexta posição do ranking em número de advogados. A privatização de serviços essenciais, expansão do consumo em massa e padronizado, a explosão de faculdades de Direito no Brasil e o consequente incremento da quantidade de advogados no mercado são fatores que abalaram substancialmente o exercício da profissão jurídica. Empreende-se, no presente estudo, a realização de revisão bibliográfica sobre as recentes mudanças das relações de trabalho na advocacia, no contexto de reestruturação produtiva do capitalismo, com vistas a extrair os conceitos e categorias que permitam o refinamento do instrumental analítico para lidar com o objeto do estudo da pesquisa de mestrado.