Neste trabalho buscamos contribuir com o debate acadêmico sobre os vieses ideológicos que se desdobram em empecilhos estruturais para o ingresso e permanência de mulheres-mães no ensino superior. Analisamos o ingresso e a permanência de “universitárias-mães”, termo que busca demonstrar as condicionalidades específicas dessas estudantes – mulheres, universitárias e mães – na Universidade de Brasília (UnB), a partir do ano de 2016. A bibliografia coincide em afirmar que dentro do público de não ingressantes ou em evasão das universidades federais brasileiras, a principal porcentagem é formada por mulheres-mães-negras. A pesquisa documental a partir de podcast, post de Facebook e publicações em sites institucionais ancorada em entrevistas e a análise bibliográfica referente à temática constituíram a nossa abordagem metodológica. Entre os resultados, destacamos os múltiplos fatores que ameaçam suas permanências na instituição universitária. Em adição, a criação e manutenção de locais adequados para acolhimento e cuidado das crianças durante os períodos das aulas de seu responsável, um “protocolo” institucional para acolhimento de situações em que as universitárias-mães precisem comparecer às aulas acompanhadas de filhas/os, locais adequados para o aleitamento materno exclusivo e para a retirada e armazenamento adequado do leite e demais ações fortalecem a possibilidade de permanência das universitárias-mães na universidade.