Este texto tem como objetivo problematizar os conceitos e categorias do Patrimônio Cultural em diálogo com a Sociologia e tensionar sua aplicação em um estudo de caso exemplar em demonstrar os efeitos sociais e culturais da patrimonialização cultural, uma comunidade local periférica a uma cidade colonial símbolo do patrimônio cultural brasileiro. Primeiro contextualiza-se e problematiza-se o conceito de Patrimônio Cultural adotado no Brasil. Em um segundo momento, aponta-se os caminhos, problemáticas metodológicas e resultados esperados na pesquisa de Doutorado em desenvolvimento a partir do estudo de caso. Ouro Preto, Minas Gerais (Brasil), titulada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO desde os anos 1980, cidade turística e universitária, reconheceu dentro de sua periferia, há pouco mais de 10 anos, o Parque Arqueológico da Serra da Queimada, constituído de ruínas mais antigas que a própria cidade. Pretende-se por meio de instrumentos de pesquisa social combinados perceber, sistematizar e demonstrar como esta comunidade periférica ao Patrimônio Cultural da cidade, com características rurais e urbanas, vivenciam os possíveis efeitos positivos ou mesmo negativos da patrimonialização cultural com a criação do Parque em seu território. Espera-se demonstrar através de relatos construídos e articulados através de etnografias, entrevistas, grupos focais e oficinas de memória coletiva, a visão e a percepção dos moradores sobre a intervenção produzida pelo Patrimônio Cultural em seu espaço de pertencimento. Além de seus usos, contra-usos, memórias e representações sociais das ruínas anteriores e posteriores a criação do Parque Arqueológico, e na relação com a cidade colonial de Ouro Preto, onde o Patrimônio Cultural é o centro.