No ano de 2012 o Brasil recebeu um número considerável de imigrantes haitianos. Após 7 anos dessa imigração, muitos dos migrantes se estabeleceram no país e buscaram oportunidades de vida plena, como é o caso do acesso à educação. O governo brasileiro prometeu através do Programa Pró-Haiti, bolsas universitárias para aqueles estudantes que tiveram suas universidades destruídas pelo terremoto de 2010. Contudo, poucas dessas bolsas foram efetivadas e o sonho de completar a graduação no Brasil foi frustado. Com a campanha Together (ONU), algumas universidades têm oferecido políticas de ingresso a haitianos. A presente pesquisa possui o objetivo de debater as políticas afirmativas de ingresso de estudantes haitianos nas universidades brasileiras. Faz-se uma comparação das políticas autônomas das universidades, como é o caso da UFSM, e das políticas governamentais a partir do Programa Pró-Haiti. A problemática da pesquisa é: quais políticas de ingresso de estudantes haitianos nas universidades brasileiras têm sido mais positivas? Para responder a esse questionamento utiliza-se a aplicação de entrevistas semiestruturadas e da observação participante. Com uma perspectiva antropológica a pesquisa busca analisar o ingresso dos estudantes haitianos. Com a análise dos questionários, os resultados preliminares demonstram que as universidades, sejam as que possuem políticas próprias de ingresso ou as que seguem as políticas governamentais, têm enormes dificuldades em inserir os alunos haitianos. Isso acontece primeiro, pelo choque cultural, segundo pelos estigmas ligados a origem dos estudantes e em terceiro plano pelo preconceito com as características fenotípicas dos estudantes.