O presente artigo visa realizar alguns apontamentos sobre a feminização da política habitacional brasileira e o direito ao acesso digno à cidade. Diante ao quadro de desigualdades enfrentadas pelas mulheres com raízes históricas de insurgência, desigualdades essas reforçadas por um patriarquismo histórico. A desigualdade entre os sexos é muito marcante na sociedade gerando demandas que se manifestam nos diversos cenários. A cidade é o espaço produzido para abranger a sociedade e a mulher como componente ocupa, produz e reproduz os espaços. Parte-se então da política habitacional brasileira e seu enfoque em gênero, com a priorização das mulheres chefes de família como critério de seleção para habitação de interesse social. Nosso universo de pesquisa busca contextualizar o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, no munícipio de Ponta Grossa - Paraná, no período de 2010 a 2015, onde foram analisadas as famílias provenientes da área de risco de 19 conjuntos habitacionais atendidos pela Companhia de Habitação de Ponta Grossa - PROLAR. De caráter exploratória e descritiva, a pesquisa pautou-se nos procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica e documental. Com base nos dados tem-se que 89,27% das famílias provenientes de área de risco com vulnerabilidade econômica são do gênero feminino. Os resultados a partir do recorte de estudo apontam que a política habitacional deve estar em sintonia com o direito à cidade acolhendo as diferenças em relação ao gênero feminino de modo que permita usufruir do espaço urbano com condições de viver dignamente.