Busca-se aqui ampliar o debate acerca do pensamento de Milton Santos, em sua obra intitulada Metamorfoses do Espaço Habitado, tendo em vista a necessidade de resgatar as contribuições do autor no que concerne ao Espaço Geográfico enquanto categoria de análise das Ciências Sociais e Humanas, principalmente no que tange o campo científico da geografia e o cenário Latino Americano. Essa obra nasce da necessidade de a geografia nova não poder se contentar em ser apenas reveladora da problemática social enquanto discurso, devendo se constituir sobretudo como uma “ciência útil” e “utilizada”, onde a crítica social deveria tornar-se “analítica” e não meramente discursiva. Santos busca rediscutir “categorias tradicionais do espaço” tais como “paisagem”, “região”, “lugar” e “configuração territorial”. Ao falar do “espaço habitado” supõe a necessidade defini-lo a luz da história concreta. Apenas poderia ser possível uma visão prospectiva do espaço a partir de uma visão analítica que levasse em conta diversos dados, pondo-os em um mesmo nexo, dentre os quais destaca- se: fixos e fluxos, sistemas de engenharia, configurações territoriais, a vida urbana e mundo agrícola, formas antigas e novos processos, regimes e ruptura, dentre outros. Sobretudo, sublinha-se do pensamento do autor que o espaço é tratado de maneira relacional, ou seja, nem uma coisa, nem um sistema de coisas, senão uma realidade relacional: coisas e relações juntas, distinguindo assim seu pensamento de outras concepções clássicas das Ciências Sociais, que o consideram o resultado direto da interação entre o homem e a natureza bruta.