A Jurema Sagrada é considerada uma religião de ancestralidade indígena brasileira, nordestina, que carrega inúmeros significativos, mistérios, histórias e encantos. Aproximamo-nos das discussões sobre a temática por meio de autores como Assunção (2010); Cascudo (1978); Salles (2010); Vandezande (1975). As práticas religiosas ocorrem em torno da vegetação sagrada da qual provém a produção de uma bebida usada nos Rituais religiosos, ambas recebem o mesmo nome: Jurema. De tradição oral, a Jurema Sagrada se constitui enquanto um conjunto de crenças de forte ligação com a natureza e com figuras históricas do Nordeste do Brasil, na sua constituição religiosa encontramos a influência das práticas religiosas afro-brasileiras (Candomblé e Umbanda), do Kardecismo e do Catolicismo Popular. Neste sentido, partimos do seguinte problema de pesquisa: De que forma os Rituais da Jurema Sagrada se materializam no enfrentamento ao Racismo Religioso e Epistêmico? Objetivamos com este artigo compreender as práticas ritualísticas da Jurema Sagrada enquanto formas de enfrentamento ao Racismo Religioso e Epistêmico. Como lente teórica, nos associamos às Epistemologias do Sul, por meio dos Estudos Pós-Coloniais em diálogo com os/as seguintes autores/as: Grosfoguel (2016); Munanga (2003); Quijano (2005); Walsh (2007). Os resultados da investigação sinalizam que, apesar da tentativa histórica de silenciar as religiões e tradições de ancestralidades indígenas e africanas, a Jurema Sagrada permanece (re) existindo e enfrentando os ataques externos à sua cosmovisão por meio de suas práticas ritualísticas.