Este trabalho tem como foco analisar as possíveis articulações entre perspectiva decolonial e educação intercultural. A perspectiva decolonial vem se desenvolvendo no continente americano a partir dos anos 2000 cada vez com maior força. Promovida pelo grupo conhecido como “Modernidade-colonialidade”, formado por especialistas em filosofia, ciências sociais, semiótica linguística e educação, constitui um movimento epistemológico e político-social complexo que se distribui de modo muito heterogêneo por diferentes países das américas. Tendo como referência alguns de seus principais integrantes, tais como Quijano, Mignolo, Castro Gomez, Maldonado Torres e Dussel, aprofundamos em alguns dos seus conceitos básicos como colonialidade, decolnialidade, eurocentrismo, giro decolonial e diferença colonial. Em relação à educação intercultural, partimos da afirmação de que seu desenvolvimento no continente a partir dos anos 80 constitui um processo complexo, plural e original. Tendo como interlocutora privilegiada a Walsh, aprofundamos nas principais tendências que vem assumindo. Relacionamos estas concepções com os conceitos decoloniais que destacamos. Apresentamos como principal conclusão a afirmação de que a perspectiva decolonial permite radicalizar a concepção da educação intercultural crítica. Consideramos esta articulação de especial importância no momento que vive o continente e os desafios que enfrentamos para a afirmação de propostas educativas que fortaleçam nossas identidades socio-culturais.