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Gestações transnacionais, tecnologias reprodutivas e dinâmicas sócioeconômicas da fertilidade
Rosana Machin.
XXXII Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Lima, 2019.

Resumen
O campo da reprodução assistida (RA) cresceu de forma significativa desde o primeiro nascimento por meio de fertilização in vitro (FIV), em 1978 e, atualmente, configura um mercado que movimenta bilhões de dólares envolvendo empresas transnacionais, clínicas de fertilidade, bancos de sêmen, bancos de embriões, agências operando na mediação de material genético de terceiros e de barriga de aluguel. Esse contexto ampliado passou a envolver não só múltiplos corpos como também localidades com regulações e práticas variadas, que se interconectam visando suprir o desejo de filiação. Nesse sentido, essas tecnologias fazem parte do mercado contemporâneo global o qual tem estabelecido a ocorrência de gestações transnacionais pelo acesso à fertilidade de terceiros, numa perspectiva inserida numa lógica de consumo de corpos e partes de corpos (biomaterial) envolvida por ideais de autonomia, desejo, escolha e identidade. Para analisar esse fenômeno partimos de um estudo que investigou os serviços reprodutivos existentes no Brasil (n=84), suas práticas, população atendida e conexões com o mercado exterior de bancos de sêmen e óvulos e a perspectiva dos profissionais de saúde sobre as mudanças em curso no campo por meio de entrevistas em profundidade (n=36). O estudo aborda esse mercado no Brasil por meio das conexões estabelecidas com Estados Unidos (importação de sêmen e realização de barriga de aluguel), com Espanha (importação de óvulos), com Ucrânia e Rússia (barriga de aluguel) e analisa sob uma perspectiva de gênero as dinâmicas sociais relacionadas às tecnologias disponíveis, a dimensão legal e a população envolvida.
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