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Esfera pública e reflexividade: uma análise sobre a questão social no Brasil
Augusto Waga.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O presente trabalho tem como escopo analisar a configuração e a emergência da problemática acerca da questão social no Brasil. Para isso, pretendemos investigar o surgimento da questão social como categoria teórica e saber capaz de organizar demandas de enfrentamento frente ao Estado e sua configuração no Brasil, a partir das particularidades de sua conformação no país. No estudo clássico de Castel (2010), a questão social surge como construção do interesse público, em consonância com passagem da ordem familiar para a sociedade salarial, que se impõe sobre o privatismo, fundando a esfera pública moderna. Porém, no Brasil, determinantes fundamentais não suficientemente aclarados entram em jogo para uma configuração muito específica da questão social. Não por acaso, a forma como foi tematizada gravita em torno de dois eixos fundamentais, que serão desenvolvidos no artigo: os autores da Escola Sociológica Paulista, que inserem a questão social no debate sobre o desenvolvimento, e do Serviço Social, que resgatam o marxismo ortodoxo de forma a politizá-la como expressão da luta de classes. Assim, a questão social não é colocada em termos de um projeto nacional, mesmo em seu patamar analítico. Partimos da hipótese de que a formação da ordem securitária e do autoritarismo na construção do gerenciamento da pobreza foi uma marca profunda na formação social brasileira. O solidarismo entre os trabalhadores, fundamental para consolidar a ordem pública como espaço social pacificado (Giddens, 2001), assim como a interdependência (Elias, 2011), constituiu-se a partir do corporativismo e da suplantação da construção do território pelo elemento nacional, patamar fundamental para a configuração do que Santos (1979) chamou de “cidadania regulada”. Assim, a reflexividade, característica da percepção do laço social entre diferentes classes sociais conforma, no Brasil, uma ausência de pertencimento sequer a uma mesmo projeto de Estado-nação, retomando Giddens (op. cit.), constituindo uma governamentalidade sem soberania sobre o território, ou seja, sem a passagem clara da centralização burocrático-administrativa para um “governo do social”. A pesquisa pretende, portanto, lançar bases de compreensão para a questão social no Brasil, refletindo se esta é, inclusive, uma chave adequada de compreensão da realidade nacional, para além de um estudo de “particularidades”. Em um país cuja modernização se deu pela revolução passiva, cuja percepção da interdependência é muito débil, a construção do desenvolvimento “pelo alto”, extremamente concentrador de renda e propriedade, obscurece ainda mais tal compreensão. Este trabalho, portanto, pretende relacionar a construção da questão social em sua expressividade em termos teórico-operativos e ontológicos, que se relacionam dialeticamente. Referencias bibliográficas CASTEL, R. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Petrópolis: Vozes, 2010. ELIAS, N. O processo civilizador, 2v. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. GIDDENS, A. O Estado-nação e a violência. São Paulo: EDUSP, 2001. SANTOS, W. G. Cidadania e Justiça: a política social na ordem brasileira. Rio de Janeiro: Campus, 1979.
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