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Microfísica do enfrentamento de violência intrafamiliar contra crianças na atuação de profissionais da Estratégia Saúde da Família em Belém e Salvador – Brasil
Alder Mourão y Ceci Vilar Noronha.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Este trabalho tem o objetivo de analisar a microfísica do enfrentamento de situações de violência intrafamiliar contra crianças nos contextos de trabalho dos profissionais que compõem a equipe multiprofissional de dois serviços que operem com o modelo da Estratégia Saúde da Família (ESF) nas cidades de Belém e Salvador ao abordar o saber-fazer, as relações de poder entre os diferentes agentes do cuidado e aspectos subjetivos acessados através de método qualitativo a partir de entrevistas com os profissionais e observação da atuação nos serviços. A ESF representa uma vertente da Atenção Primária à Saúde para o acesso ao direito a saúde na assistência às famílias em casos de enfermidades e agravos. Atuar no enfrentamento da violência intrafamiliar contra criança coloca os profissionais da ESF frente a questões técnicas e morais em razão de: 1) este tipo de violência contra criança acontecer no âmbito do privado, da família, onde os agressores são os próprios membros familiares ou responsáveis pelo cuidado da vítima; 2) a adscrição da população atendida ao mesmo tempo que favorece a identificação de necessidades e a organização do trabalho também coloca os profissionais mais expostos a retaliações dos agressores; 3) a formação dos profissionais brasileiros está centrada nas ciências biomédicas, faltando sensibilidade às dimensões sociais; 4) bem como os limites impostos pelas condições de possibilidade para o trabalho nos serviços de saúde. Essas questões desafiam, segundo a lógica foucaultiana, micro poderes dos profissionais para atuar frente aos casos de violência intrafamiliar contra crianças, quer ao acolher, notificar ou acionar as redes de cuidados e de proteção social no seguimento da atenção integral à saúde; ou ao propor trabalho com agressor a fim de prevenir novas violências e interromper o seu ciclo. Seja no sistema de saúde ou em ação conjunta com o sistema de justiça, considerando que atos de violência contra crianças são tipificados como crimes pela legislação brasileira. Por outro lado, a literatura também aponta que há sofrimento entre os profissionais de saúde ao atuar frente a esses casos. Contudo, ainda são pouco conhecidas as repercussões que o enfrentamento de situações de violência intrafamiliar contra criança produz na subjetividade dos profissionais, principalmente no que tange o estresse, as emoções ligadas ao trabalho e os impactos nas relações entre os profissionais. Fatores que podem influenciar na equidade da atenção à saúde prestada nesses serviços.
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