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As manifestações de junho de 2013, no Brasil: discutindo sobre as condições de emergência para uma política de resistência
Michel Renan Rodrigues De Andrade y Dímitre Sampaio Moita.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O trabalho proposto se refere a comunicação de dados de pesquisa empreendida no curso de Mestrado em Psicologia da Universidade de Fortaleza - Ceará/Brasil. Em junho de 2013, se viu um acontecimento que se tornou um marco na recente história política de nova república brasileira. Uma multidão saiu às ruas das principais cidades do país reivindicando, em princípio, a revogação dos aumentos das passagens do transporte público, principalmente em São Paulo. Em seguida, as reivindicações passaram a ser sobre variados temas: melhora na saúde e educação pública, contra a corrupção, pelos direitos dos povos LGBTs, negros, indígenas etc. A pesquisa teve por objetivo analisar os discursos produzidos pelos manifestantes para buscar nas suas formações e nos seus enunciados as condições de possibilidades que possibilitam o surgimento de novos modos de subjetivação. Partimos do reconhecimento de que é impossível reunir todo esse conjunto de produções discursivas sob uma mesma noção identitária, uma vez que os dados de pesquisadores que se debruçaram em analisar as manifestações que colhemos e selecionamos para este trabalho apontam para as relações de heterogeneidades que se uniam em torno de certos objetivos em comum. Posto isso, fizemos uma análise a partir dos estudos foucaultiano e do conceito de multidão para nos debruçarmos sobre as possibilidades de transformações das relações de poder a partir da condição de emergência de uma resistência enraizada em novos modos de subjetivação. Para tal, utilizamos o método da análise de discurso nos apropriando do método arquegenealógico foucaultiano, mas adaptando para uma análise de um acontecimento em vez de uma análise histórica. Por isso, nossa intenção era ter acesso ao discurso dos manifestantes de junho de 2013 no ato, e não em entrevistas pós-manifestação. Desta forma, usamos dois documentários e um vídeo que estão disponíveis no youtube, colhemos os discursos dos manifestantes e evitamos o discurso da imagem, da narrativa e o de explicações de pesquisadores e intelectuais. Os filmes nos deram acesso apenas ao discurso do manifestante, excluindo todos os outros discursos. A partir dos dados colhidos, fazendo um cruzamento com os resultados das discussões teóricas e após realizar uma leitura dos discursos selecionados produzimos categorias que foram as bases organizacionais do diagrama de nossa análise. As categorias formuladas foram: violência; imprensa; laços sociais; esgotamento político; produção do comum. Desta forma, foi possível realizar uma análise do discurso a partir das relações entre os enunciados e suas formas, os efeitos das estratégias do poder e as emergências das estratégias de resistência. Concluímos que as manifestações de junho de 2013, no Brasil, devem ser observadas como um acontecimento de ruptura na nossa recém história, mas não estando livre das investiduras do poder. Ela surge como uma forma de resistência, mas aos poucos o poder vai envolvendo-a e contendo seus avanços, fazendo com que a suas produções sejam subjugadas. Porém, de fato, as manifestações de junho de 2013 estabelecem condições para a produção de resistências capazes de reformular as relações de poder e produtoras de novos modos de subjetivação.
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