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Mulheres idosas e seus itinerários: reflexões sobre a individuação em contextos de periferia
Leandro Rogério Pinheiro.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A narrativa proposta aqui resulta de encontros com mulheres idosas residentes e ativistas no bairro Restinga, extremo sul da cidade de Porto Alegre/RS, Brasil. Nossos diálogos, geralmente ambientados em suas residências, onde nos acolhiam generosa e amistosamente, conduziram-nos às singularidades de seus itinerários de vida e a reflexões sobre o espaço de possíveis de mulheres em localidades de periferia. O trabalho foi realizado a partir de uma dinâmica de rodas de conversa e entrevistas narrativas realizadas entre outubro de 2014 e agosto de 2016. Embora houvesse um grupo de seis participantes regulares, as interlocuções envolveram aproximadamente 15 pessoas. Logo, percebemos que as atividades que propomos foram incorporadas entre outros compromissos e sociabilidades que procuravam garantir para fruição de seus dias como aposentadas. Em nossas análises, inspiramo-nos em contribuições de Danilo Martuccelli, problematizando as identidades produzidas ao nível da individuação. Considerando as atuações narradas, de forma geral, as arenas de circulação carregavam delimitações de gênero e étnicos (associados a condicionamentos materiais) e os trabalhos logrados eram aqueles de remuneração comparativamente inferior. Em relação aos ‘suportes’ aventados, destacamos a importância das redes de reciprocidade e de sociabilidade, das pertenças e de algumas referências simbólicas, bases para a subsistência em contextos onde os aparatos estatais são insuficientes ou tem presença marcada mais regularmente pela força e repressão. Se tomamos a aproximação das narrativas produzidas no bairro Restinga e diálogos pregressos em outros bairros de periferia da cidade, consideramos a hipótese de que as condições de individuação eram perpassadas por dois modos de ação principais. De um lado, temos o efeito de uma responsabilização precocemente vivida e visibilizada nos itinerários biográficos, quando precisavam trabalhar para famílias mais abastadas em atividades domésticas e de cuidado, ou mesmo quando exerciam tais atividades nas casas de seus próprios núcleos familiares. E este é o cenário também de instauração do trânsito e da astúcia na feitura dos dias: a diversidade de experiências a configurar itinerários construídos desde a necessidade de “fazer por si”, quando as condições de suporte não garantem existência estável e segura, parece perpassar a formação de mulheres entre 60 e 75 anos de idade em localidades empobrecidas. De outro lado, temos a individuação em casos de distinção relativa, por conta da inserção em campos de ação específicos, conquistando certa notoriedade conforme os capitais sociais de domínio, logrando reconhecimento pelo menos nos limites de sua comunidade.
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