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Notas sobre a riqueza e a pobreza na sociedade contemporânea
Henrique Pereira Braga.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O presente trabalho procura problematizar o seguinte fenômeno: os seres humanos constituíram uma sociedade global, hiperconectada, com imensa capacidade de produção material; porém, não conseguem superar a iniquidade socioeconômica que, ao invés de diminuir, continua a crescer. Para explicar a razão pela qual esse fenômeno ocorre, apresentam-se as recentes teses de Thomas Piketty (2014) e Anthony Atkinson (2016) à luz da crítica da economia política. Por meio dessa investigação, nota-se que, para esses autores, a riqueza é figurada como estoque de bens e serviços, medida em termos monetários, de forma que a solução para sua distribuição desigual passar pela melhor a maneira conforme as economia nacionais gerenciam esse estoque acumulado pelo seus cidadãos. A gerência eficiente desse estoque significa elevar seus resultados, também em termos monetários, de uma maneira que seja possível ampliar a capacidade de consumo e, com isso, de bem-estar. Por oposição, a pobreza é compreendida, por eles, como “insuficiência de renda” diante de determinado padrão de consumo – figurado com medida do desenvolvimento humano – sendo sua solução a divisão equitativa dos meios (riqueza) para aquisição da renda, permitindo às potencialidades de cada um o ambiente para que, com o devido esforço, sejam alcançadas e, assim, logrem acessar determinado padrão de consumo. O pressuposto dessa figuração da riqueza, da pobreza e da relação entre ambas é, conforme demonstrará seu contraponto com a crítica da economia política, a percepção de que o processo pelo qual os humanos produzem sua vida social tem apenas um de seus componentes defeituosos: a concentração da riqueza e, por isso, da renda. Por consequência, esse processo de distribuição dos meios para produzir renda precisa de um ajuste significativo, mas não ao ponto de constituir um novo processo de produção da vida social, uma vez que não há, nesse argumento, relação entre esse processo e o problema da riqueza e da pobreza. Tal relação, basilar para a crítica da economia política, permite concluir que, apesar do importante material produzido sobre a desigualdade de renda e de riqueza contemporânea, a solução proposta por esses autores é insuficiente. Pois, ao não figurar o caráter da vida social contemporânea e seu processo de produção, seus conceitos e medidas de riqueza e de pobreza, bem como suas soluções para o problema da concentração da riqueza e da persistente pobreza, constituem somente um passo na direção da compreensão da relação entre o fenômeno da abundante riqueza e profusa pobreza. Os próximos passos, conclui-se, exigirá trazer a tona conceitos, medidas e soluções que incorporem o processo social de produção, não apenas a distribuição dos meios dessa produção como forma de reduzir a desigualdade na apropriação de seus resultados.
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