Atualmente, temos uma proliferação de estudos sobre a questão da violência. O objetivo desde trabalho é refletir sobre os métodos de pesquisa qualitativa em violência, especificamente a ferramenta de análise de conteúdo proposto por Laurence Bardin. O procedimento metodológico utilizado é a revisão de literatura sobre o método de análise do conteúdo e o método qualitativo em linhas gerais, de forma a analisar as qualidades e desvantagens dessa metodologia por intermédio da explicitação de uma fonte informacional singular: os relatos autorais de pessoas que praticaram o crime de homicídio. Analisar o tipo de metodologia qualitativa que será aplicado é essencial para sabermos como proceder no desenvolvimento de pesquisas que abordam a temática da violência social, qual a justificativa e defesa que deve ser empregada, se as ferramentas escolhidas serão úteis para responder aos questionamentos do pesquisador ou não, entender as limitações e possibilidades quanto à ferramenta escolhida, ao mesmo tempo em que serve para auxiliar o pesquisador a decidir corretamente a metodologia qualitativa a ser utilizada. Algumas considerações se delineiam: no caso da análise de conteúdo, temos uma ferramenta que lida essencialmente com a dúplice memória e informação. No caso dos relatos autorais de sujeitos que praticaram o crime de homicídio, temos de um lado, uma miríade de experiências, violências estruturantes e reativas que nos são perpetuadas pela memória em diversas mídias, tais como as entrevistas gravadas, transcrições e afins. Em aditamento, o viés informacional dos relatos autorais pode ser verificado quando utilizamos essa tipologia documental para tomadas de decisão, proposta e ou manutenção de políticas públicas nas inúmeras esferas, por exemplo, segurança pública, saúde pública, assistência social e afins.