Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Monocultura e colonialismo em terra indígena: dinâmicas de resistência e diversidade de saberes
Verônica Maria Bezerra Guimarães.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Desvendar os processos humanos das relações entre territorio e natureza revela toda uma riqueza e sabedoria que foram e continuam, em grande medida, sendo subjugados, com uma prevalência de pensamentos e ações monoculturais. A homogeneidade e uniformidade do modelo monocultural atinge o pensamento e se expande para as práticas relacionais com o meio ambiente. Os cinco séculos de história desde os descobrimentos na América têm sido marcados por distintos momentos de tolhimento da autonomia aos povos indígenas aqui encontrados. Momentos caracterizados pela imposição de limitações territoriais, pela utilização dos recursos naturais encontrados nas terras indígenas, pelos modos externos de administração e pela gestão das vidas e liberdades dos povos indígenas e pela utilização da mão-de-obra nativa na construção da riqueza nacional. Da ação dos primeiros contatos à instauração de uma política pública indigenista pelo Estado Brasileiro, experimentaram-se situações que vão da total negação da humanidade dos povos autóctones à tentativa de tirar-lhes a indianidade por meio de práticas cujo escopo seria a transformação em trabalhadores nacionais. O ano de 1988 representa um marco para os índios no Brasil na medida em que houve uma mudança de paradigma, sintetizada pela substituição dos verbos tutelar e integrar (contidos no Estatuto do Índio), pelo verbo reconhecer (no art. 231 da Constituição). No entanto, ainda, são muitos dos desafios para a implementação dos direitos indígenas e ambientais. A perda da diversidade biológica leva a perda da diversidade de saberes locais, resultando em um duplo empobrecimento: de natureza e de cultura. A ancestralidade do saber indígena no trato da terra tem sido subjugado em nome de um ideal universal de técnicas, políticas e economia que colonizam povos e ambientes. Velhas e novas questões sobrepõem-se, ganhando redefinições em decorrência dos complexos processos territoriais. Os sistemas de agricultura monocultural são baseados em regime de propriedade privada e produzem um rastro de destruição sobre os recursos naturais. A imposição da uniformidade cultural gera instabilidade e vulnerabilidade natural e social. Por isso, o direito a terra (entendida esta como um ser vivo e com dinâmicas próprias) e o direito ao território (entendido com um viés étnico e de ocupação tradicional) devem auxiliar na construção de um diálogo mais harmônico entre os direitos e a justiça indígenas, ambientais e econômicos. O presente trabalho visa analisar os processos de colonização, decolonização e colonialismo interno da terra indígena Jatayvary, situada no sul de Mato Grosso do Sul, no Brasil, baseado em trabalho de campo realizado como parte da pesquisa de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável na Universidade Nacional de Brasília. Da sua análise pode-se perceber que, apesar de muitas contradições no discurso e práticas no uso da terra como: utilização de agrotóxico, desmatamento, reprodução de modelos do agronegócio e arredamento de terras, ainda assim, o interior da terra indígena possui muito mais diversidade biológica e cultural que o seu entorno.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.