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A ascensão do conservadorismo no Brasil: surgimento e atuação de movimentos sociais conservadores
Francisco Mesquita De Oliveira.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Este trabalho tem por objetivo analisar o surgimento e atuação de movimentos sociais conservadores na sociedade brasileira do início do século XXI. Diante do fato da ascensão do conservadorismo no Brasil, como surgem e se estruturam os movimentos sociais conservadores? Quem são os participantes desses movimentos? Quais são suas bandeiras de luta? E quais as consequências de sua atuação no governo da presidente Dilma? No âmbito das ciências sociais, pós os anos 70 até o final do século XX, os movimentos sociais no Brasil ficaram conhecidos como atores sociais progressistas, defensores da sociedade civil, dos direitos humanos e dos direitos de cidadania. Segundo TOURAINE, 1989; DOIMO, 1995 e; GOHN, 1997, essa premissa norteou grande parte dos estudos sobre ações coletivas no Brasil, num contexto sociopolítico de forte crise econômica nos anos 80, governos autoritários e neoliberais mais tarde. Foi este o ambiente de emergência e atuação dos atores sociais considerados progressistas. Porém, nos anos 90 esses atores parecem ceder lugar às Organizações Não Governamentais (ONG), que assumem o protagonismo no desenvolvimento de ações de políticas públicas em parceria com o Estado e fazem surgir à participação cidadã na gestão pública, de maior democratização do Estado. Com ascensão dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) em âmbito federal, em 2003, os movimentos sociais e ONGs se voltam ainda mais para ação colaboracionista com o Estado, por meio da participação institucional, de parcerias e de convênios. Isto deixou parte dos movimentos sociais mais dependente dos governos e arrefecidos. Porém, nova crise econômica e altos índices de desemprego retornam ao Brasil, setores da classe média, elites política e econômica insatisfeitas com as políticas petistas e embaladas na onda do conservadorismo mundial animam-se e fortalecem a retomada de movimentos sociais conservadores. Esses atores, com apoio de setores das elites política, econômica e midiática (SOUZA, 2016; CHAUI, 2016; LOWY, 2016), juntam-se e saem às ruas em centenas de milhares no ano de 2015, período pré-eleição para presidente da república, e em 2016, no pós-eleições presidenciais, empunhando bandeiras de oposição ao governo da Presidente Dilma, oposição ao Partido dos Trabalhadores, articulados num discurso de anticorrupção e impõe o impeachment a presidente em agosto de 2016. Ao contrário dos movimentos sociais do final do século XX, de pauta progressista e democratização do Estado, os do inicio do século XXI apresentam-se um espectro conservador, elitista e defensores de políticas neoliberais. Metodologicamente, esta é uma pesquisa documental, que privilegia técnicas de metodologia qualitativa. Buscar-se-á, com este trabalho, apresentar considerações indicativas da ascensão e atuação do conservadorismo na sociedade brasileira e suas implicações na relação sociedade civil e Estado, a partir da ação de movimentos sociais.
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