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Típico das margens: história e cotidiano de uma produtora tradicional de bolo de arroz
REGIANE CALDEIRA, MARIA INÊS RAUTER MANCUSO y SILVIANE RAMOS LOPES DA SILVA.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O presente estudo perpassa uma realidade de embates seja pela e na sobrevivência do resistir, quanto na produção do alimentar. Essa realidade se expressa no município de Cáceres-MT, nos lugares em que o silenciamento propicia a sobrevivência de uma Senhora que há 40 anos vive da produção artesanal do bolo de arroz, típico da região e que é apresentado, aos visitantes, como um gesto de boas-vindas. Esse quitute, produzido em sua maioria, com arroz, mandioca, açúcar, erva-doce, coco ralado, manteiga e leite, é considerado patrimônio cultural do Estado. No caso citado, o bolo é transportado até a porta da sociedade cacerense e do comércio local, por meio dos pedais e das garupeiras dos boleiros que se deslocam por toda cidade em suas bicicletas autocaracterizadas. Neste contexto, o presente estudo, busca compartilhar a história de vida e o cotidiano de uma produtora de bolo arroz – prato típico mato-grossense – que vive às margens do mercado formal e discutir quais mecanismos a auxiliam a construir este espaço de resistência diante das pressões do mercado racionalizado. As evidências empíricas foram geradas a partir de entrevistas realizadas com a produtora e seus clientes ao longo de 2016 e início de 2017, como também, observações durante os processos de preparo e comercialização do bolo de arroz. A base teórica aborda a memória e o silenciamento por meio das ideias de Michael Pollak; a percepção das microresistências que deslocam fronteiras de dominação são abordadas por meio de Michel Certeau, valorizando ainda as práticas comuns e as artes de fazer. E a fim de fortalecer a relevância das práticas ordinárias, utilizou-se o conceito de biopoder, de Michel Foucault, postulando que a alimentação não se trata de algo abstrato e desconectado da realidade, pois o ato alimentar é onipresente na vida do ser humano, por conseguinte, detentor de valores simbólicos, culturais e subjetivos. Destarte, torna-se relevante discutir até que ponto os mecanismos de racionalização são relevantes e a partir de que momento passam a ser meramente discursos que traduzem instâncias de poder em confronto, interesses econômicos, conflitos estruturais e embates políticos. Os resultados apresentam a história de uma pessoa que replica o seu saber fazer ao longo dos anos, tendo como base conhecimentos passados por sua avó, e que não vislumbra a participação mercado formal, cheio de “regras complicadas”, ademais, identificou uma demanda que busca estabelecer uma conexão com os saberes e fazeres tradicionais em detrimento da produção industrializada. Estes indicativos nos mostram que diante das tendências de padronização, homogeneização, apagamento, dentre outras, ainda resistem forças que reconhecem e valorizam aspectos que são construídos na simplicidade da vida cotidiana. Palavras-chave: comida típica; cotidiano; resistência.
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