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O Movimento dos Pequenos Agricultores –MPA– no Brasil: agricultura, sociedade e democracia
Cleber José Bosetti y Valdete Boni.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Nas últimas décadas se consolidou no Brasil o fenômeno da mercantilização da agricultura, isto é, do processo de vinculação das atividades agrícolas ao controle econômico e social das grandes empresas do agronegócio. Este fenômeno tem produzido diversas implicações, como o aumento da importância do capital como fator de produção nas atividades agropecuárias, o aprofundamento da desigualdade social no campo, o comprometimento da soberania alimentar do país, a elevação do custo dos alimentos, a Territorialização do capital estrangeiro no espaço agrário do país, além dos problemas ambientais e de saúde para a população decorrentes dos agroquímicos. Se a economia política do agronegócio induziu a ocorrência desses fenômenos, também produziu as contradições que possibilitaram o aparecimento de movimentos sociais com práticas e discursos contrapostos ao modelo hegemônico. O Movimento dos Pequenos Agricultores –MPA– foi formado a partir de uma articulação de um grupo de agricultores e de representantes sindicais, insatisfeitos com a política agrícola para a agricultura familiar e com a representação sindical no Brasil. Contrapondo-se à ideologia de integração às engrenagens do agronegócio, julgando-a inadequada aos agricultores de base familiar, o movimento passou a se organizar em torno da construção de uma perspectiva alternativa de desenvolvimento rural que contempla de forma integrada os problemas socioeconômicos rurais e urbanos. Reconstruir a agricultura e o ser agricultor. Esta é a proposição que fundamenta o projeto político do movimento. Com isso, o MPA propõe o revigoramento das práticas e dos saberes camponeses como sustentáculo da produção para os agricultores de base familiar, aspectos que permitiram a conciliação de seu projeto político com a perspectiva agroecológica de produção. Além disso, o movimento se organiza internamente dentro de uma perspectiva política inspirada no ideário da democracia participativa. Estaria este movimento fora do lugar? Estaria defendendo um projeto socioeconômico viável? Entre tantas questões que são colocadas no esforço de compreensão de um movimento social, este artigo procura interpretar o MPA a partir das ferramentas teóricas e metodológicas do paradigma dos novos movimentos sociais. Assim, problematizar-se-á quem são os atores envolvidos, as condições socioeconômicas e políticas para a emergência do movimento, o projeto político defendido, a construção da identidade sociopolítica e as disputas simbólicas envolvendo outras entidades representativas da agricultura de base familiar. Assim, poder-se-á compreender como esse movimento social tem contribuído para a criação de perspectivas alternativas de desenvolvimento rural que, além de revitalizar as possibilidades socioeconômicas para a prática de uma agricultura familiar camponesa, tem contribuído na busca por autonomia e emancipação política dos sujeitos que vivem a ruralidade contemporânea. Assim, as ações políticas do MPA mobilizam a construção da pluralidade de sujeitos, de práticas econômicas e de formas de viver.
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