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Reserva Extrativista Marinha Baía do Iguape: entre os discursos ambientais, identitários e desenvolvimentistas
Ivana Muricy.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.

Resumen
A Baia do Iguape se A Baía do Iguape se localiza no Recôncavo baiano, distante cerca de 110 km² de Salvador, capital do Estado da Bahia (BR). A região participou ativamente do ciclo econômico do Brasil colonial, quando foram instalados cerca de 18 engenhos de cana-de-açúcar. Com o declínio da produção açucareira, os engenhos foram sendo abandonados e passaram a atrair contingentes negros e indígenas, dando origem a diversas comunidades pesqueiras. O isolamento, provocado pela desestruturação do sistema fluvial e pela precariedade das vias terrestres, contribuiu para a manutenção dos modos de vida local, extremamente articulados aos ecossistemas locais, e para tornar a Baía do Iguape uma das porções mais preservada da Baía de Todos os Santos. Em 2000, o Governo Federal cria a Reserva Extrativista (RESEX) Marinha Baía do Iguape, uma unidade de conservação que tem por objetivo proteger o ecossistema e os modos de vida da população local. No entanto, a poligonal da RESEX contempla apenas águas internas e manguezais. No entorno da Resex encontram-se cerca de 38 comunidades tradicionais pertencentes às áreas rurais dos municípios de Cachoeira e Maragogipe. A maioria dessas comunidades iniciou um processo de luta pelo reconhecimento como quilombolas, logo após a promulgação do Decreto governamental (2003) que regulamenta os direitos territoriais dos remanescentes de quilombo, o que provocou violentas reações por parte de fazendeiros locais que se julgavam e agiam como verdadeiros donos das terras. Por outro lado a região, vem sofrendo forte processo de especulação imobiliária, devido principalmente à atividade turística e à implantação de projetos governamentais e da iniciativa privada. Entre esses empreendimentos se destacam a Indústria Naval S.A, instalada em 2006, correspondendo a 1ª etapa de um mega-empreendimento considerado por muitos como prioritários ao desenvolvimento regional. Para a implantação do empreendimento o Governo Federal modificou a poligonal da RESEX, sem levar consideração os interesses das comunidades locais e os protestos de diversos grupos ambientalistas e de pesquisadores sobre a região. Pretende-se analisar as como estas diferentes lógicas – ambientais, identitárias e desenvolvimentistas – se intercruzam e reconfiguram os espaços sociais, bem como as estratégias adotadas pelos diferentes atores socais na defesa de seus interesses.
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