¿No posee una cuenta?
Imperialismo, capitalismo dependente e luta de classes na produção teórica de Florestan Fernandes entre 1966-1975
Mariana Conti.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.

Resumen
O trabalho se propõe a apresentar os resultados de pesquisa desenvolvida junto ao curso de Mestrado em Sociologia da Universidade Estadual de Campinas, cujo objetivo foi realizar uma releitura da produção teórica Florestan Fernandes, no período entre 1966 e 1975, tendo como enfoque suas proposições sobre as possibilidades e limites de superação do subdesenvolvimento das sociedades latino-americanas sob a égide do capitalismo dependente. Um dos mais destacados sociólogos do mundo, Florestan Fernandes teve uma contribuição decisiva na inserção da assim chamada “sociologia uspiana” no amplo debate teórico e político, nos anos 50 e 60, sobre os rumos possíveis e desejáveis do desenvolvimento da sociedade brasileira e latino-americana. O ideário do que convencionou chamar de “pensamento desenvolvimentista” teve forte influência no pensamento de Florestan até meados dos anos 60. Após esse período é possível observar uma significativa inflexão teórico-política no autor. A experiência abortada de governos populares reformistas por meio de golpes de Estado que atingiu vários países latino-americanos, a dolorosa vivência no exílio, a leitura entusiasmada de Marx e dos clássicos do marxismo e o estudo pormenorizados das experiências revolucionárias mundiais, se tornam decisivas para que Florestan desenvolva uma crítica contundente aos pressupostos fundamentais do “desenvolvimentismo” e discorra os sobre os determinantes estruturais que se apresentam como entraves e limites para o desenvolvimento capitalista nas nações latinoamericanas. Por meio do conceito de capitalismo dependente, Florestan explica o padrão conservador e autoritário de modernização capitalista próprio das sociedades da periferia, que funcionam com “circuitos fechados” da história, onde o moderno e atraso se combinam de forma persistente. Uma simbiose cujo resultado, para o autor, é sempre a modernização do atraso, ou seja o agravamento das contradições particulares das sociedades subdesenvolvidas. O extraordinário avanço do capital monopolista e a ação política agressiva do imperialismo estadunidense tornam esse momento histórico particulamente dramático. Em um momento da história em que capitalismo e socialismo travam uma “luta de vida ou morte” há pouco espaço de manobra para as burguesias periféricas. As conclusões resultantes dessa leitura particular levam a um deslocamento irreversível: a tarefa histórica de realizar transformações construtivas nas sociedades latino-americanas só podem estar nas mãos dos grupos sociais que ele denomina “os de baixo”. Tais transformações adquirem, para Florestan Fernandes, um sentido anti-burguês, anticapitalista e socialista por excelência. A análise da teoria de Florestan Fernandes suscita a reflexão sobre os condicionantes estruturais e históricos do subdesevolvimento nas sociedades latino-americanas e trazem à tona o questionamento sobre a atualidade ou não da crítica ao capitalismo dependente.
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