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Envelhecimento ativo: proveniências e modulação da subjetividade
Silvana Tótora.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A Organização Mundial de Saúde (OMS), ao renomear o Programa de Saúde do Idoso como Envelhecimento e Saúde, em 1995, deslocou a abordagem da velhice circunscrita a um momento específico da vida de indivíduos ou da população para um processo contínuo de desenvolvimento ao longo da vida. Todos — governo, iniciativas privadas, organizações não governamentais, comunidades e, principalmente, a população —, doravante, devem se comprometer com o futuro das gerações, garantindo uma vida saudável. A velhice se apresenta como o futuro de todos. Eis as bases para a construção de um consenso que envolverá, sem distinção, governantes e governados em favor do envelhecimento ativo. Afinal, queremos ou não uma vida longa, ativa e saudável? Essa é a aposta no sucesso do Programa. Há mais de uma década esse novo conceito modula as subjetividades, mobiliza a comunidade científica e, principalmente, ganha ampla difusão e popularização através das mídias. Por envelhecimento ativo, de acordo com o Programa da OPAS-OMS (2005), compreende “um processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam velhas”. E ativo não se restringe aos aspectos físicos ou à força de trabalho, mas à “participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis”. Todos e cada um são enlaçados na trama do tempo linear, ligados ao movimento em direção ao futuro e, ao mesmo tempo, à linha horizontal do curso do tempo que vai do antigo presente (passado) ao atual. Englobados nesse horizonte temporal, as velhices “bem-sucedidas” deverão transmitir aos jovens e adultos a crença no estilo saudável de vida (prevenção e promoção da saúde) como o caminho para viver mais e melhor. Este trabalho propõe-se problematizar o enunciado coletivo de envelhecimento ativo tomando como referência o Programa OPAS-OMS (2005) e seus desdobramentos no Relatório de 2015. Utilizo Foucault e sua analítica dos mecanismos de poder para afirmar a emergência de um novo regime de verdade que visa à modulação das velhices. Destaco a proveniência dos enunciados de envelhecimento ativo, bem como o da capacidade funcional enfatizada na definição de envelhecimento saudável. Retomo desse filósofo o conceito de capital humano, destacado na sua análise do neoliberalismo americano. Por fim, enfatizo a construção de um modo de subjetivação extensivo ao corpo com base na ética como estética da existência, a fim de respondermos a questão: como se tornar capaz de ação política de resistência às modalidades de capturas dos corpos e suas subjetividades?
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