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Representações de feminilidade na exposição “O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone” (2004)
Caroline Müller y Ronaldo de Oliveira Corrêa.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Com a intenção de discutir sobre a transformação do ideal da beleza feminina da segunda metade do século XIX aos anos 2000, o Itaú Cultural (São Paulo - Brasil) realizou em 2004 a exposição “O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone”. Construída com 129 obras de artistas brasileiros, peças de indumentária, fotografias, encartes publicitários e trechos de filmes, a mostra apresentou uma forma de ser mulher: branca, burguesa e de família tradicional. Privilegiando a articulação entre abordagens da teoria da Cultura Material e dos Estudos de Gênero, temos como objetivo descrever esta exposição e problematizar as representações de feminilidade apresentadas no evento. Ao procurarmos analisar os estereótipos de gênero marcados pela dimensão material, nos filiamos a autores como Joan W. Scott (1998; 2000), Vânia Carneiro de Carvalho (2008), Marinês Ribeiro dos Santos (2010) e Daniel Miller (2013). Em um primeiro momento reconstruímos e identificamos ações que marcaram o evento, tais como as fontes utilizadas, a divisão da mostra e o ciclo de atividades paralelas à exposição. Em seguida, analisamos o discurso verbal e visual proposto pela curadora da exposição no catálogo e no livro da mostra. Como argumento, pontuamos que a exposição marca estereótipos de gênero materializados nos artefatos, utilizando como estratégia para apresentar, cronologicamente, temas como mulher, corpo, beleza e sedução. Ao localizar o estudo temporalmente e não espacialmente, a curadora da exposição toma como referência momentos na história canônica mundial para apresentar as transformações do ideal da beleza feminina no Brasil. Ainda, a exposição trata de algumas relações entre a indumentária e a figura feminina de elite dos séculos XIX e XX, tendo como objetivo construir uma memória dos modelos de feminilidade. Nesse sentido, o modelo de mulher apresentado pela curadora reforça as ideais de feminilidade com base na existência de um binarismo universal, delimitando feminino e masculino em hierarquia e assimetria. Além disso, seu trabalho ajuda a construir uma visualidade da moda a partir de um olhar machista, em que a mulher é reconhecida como objeto do desejo masculino. A discussão destas questões abre espaço para pensarmos sobre como as relações de gênero são debatidas e explicitadas em espaços expositivos.
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