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Pescadoras artesanais de camarão em águas interiores na região amazônica : similaridades e diferenças
Christiane Rodrigues, Antonia Diógenes y Elenise Scherer.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.

Resumen
De acordo com o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), estima-se que existem, hoje, no Brasil, quase um milhão de pescadores artesanais. Sendo assim, uma das atividades de maior impacto social e econômico no Brasil, que usufrui da grande extensão litorânea e da biodiversidade pesqueira nas doze grandes bacias hidrográficas brasileiras, porém essas estatísticas tornam invisíveis as participações das mulheres nesse contexto pesqueiro, pois não divulgam suas contribuições na frente de trabalho. A categoria dos pescadores e pescadoras ainda possui baixa escolaridade, enfrenta condições precárias de trabalho e conta com pouca ou nenhuma infraestrutura para beneficiamento e venda do pescado. Este estudo configura-se em torno da pesca artesanal do camarão Macrobrachium amazonicum, realizada por mulheres, em duas cidades da Região Norte do Brasil, em Parintins no estado do Amazonas e Alenquer no estado do Pará .Cotidianamente, as mulheres pescadoras de camarão encontram questões envolvendo as relações e aos papéis de gênero. Primeiro, a pesca do camarão é pertinentemente percebida como um trabalho de mulher. Os homens não pescam camarão, pois, consideram um trabalho leve e que deve ser feito por mulheres. Assim, o trabalho das camaroeiras está inserido em um universo de gênero hierárquico que não reconhece a importância da mulher enquanto força produtiva. Elas próprias introjetaram a ideia de que a pesca do camarão é um trabalho fácil, próprio da mulher, tornando-se, em decorrência desvalorizado e invisibilizado. Muito ainda precisa ser feito, principalmente quanto ao reconhecimento do trabalho da mulher pescadora de camarão nas políticas públicas, pois os elaboradores dessas políticas entendem que as mulheres não desempenham um papel relevante no processo produtivo de pesca, como mostrou o Decreto de Lei nº 8.524/2015. A busca por igualdade de gênero e melhorias nas condições de vida parece estar muito distante do modo de vida dessas mulheres. O trabalho da pesca do camarão realizado nas duas comunidades estudadas possuem semelhanças e diferenças essenciais para o estudo do trabalho da mulher na Amazônia. Esse percebimento poderá trazer a público essencialidades e especificidades ainda não divulgadas e muito importantes para a compreensão das expectativas, formas de trabalho e modo de vida das mulheres nesse contexto amazônico. A pesquisa ainda está é andamento e faz parte do Projeto Vozes Ocultadas e Vozes Insurgentes: as mulheres pescadoras na Amazônia, coordenado pela professora Dra. Elenise Scherer, com apoio do CNPq-Edital Ciências Humanas, FAPEAM, 2015-2018. A abordagem utilizada é a qualitativa, considerando-se seus aspectos através de aportes teóricos e metodológicos da pesquisa bibliográfica e exploratória, utilizando levantamento de dados por meio de observações e entrevistas realizadas com mulheres pescadoras de camarão de duas localidades amazônicas.
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