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Biotecnologias, tecnologias reprodutivas e mercado
Rosana Machin Machin, Maria Helena Oliva Augusto y Douglas Mendosa.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A incorporação de tecnologias médicas voltadas à concepção tem ocorrido de forma acelerada remodelando práticas em saúde reprodutiva. Atualmente, configura um mercado global que movimenta bilhões de dólares envolvendo empresas transnacionais, clínicas de fertilidade, bancos de sêmen, bancos de embriões, agências operando na mediação de material genético de terceiros e de gestação substituta. A biografia social dessas tecnologias, em regra, se desenvolve a partir do setor privado, com pouca regulação ou controle social, favorecendo o estabelecimento de lógicas de mercado. As tecnologias reprodutivas emergiram para tratar a infertilidade auxiliando casais inférteis a conceber, mas essas tecnologias trouxeram novas possibilidades para aqueles que vivem outras formas de relacionamento, com parceiros do mesmo sexo a imaginar a possibilidade da reprodução. Com essa ampliação as técnicas deixaram de estar voltadas para um problema de saúde e passaram a ser disponibilizadas para outras situações em que a reprodução não era possível. Esse contexto ampliado passou a envolver não só múltiplos corpos como também localidades com regulações e práticas variadas, que se interconectam visando suprir o desejo de ter um bebê. Nesse sentido, as tecnologias reprodutivas fazem parte do mercado contemporâneo global no qual o desenvolvimento técnico e contextos normativos específicos podem proporcionar o acesso à fertilidade de terceiros, numa perspectiva inserida cada vez mais numa lógica de consumo de corpos e partes de corpos (biomaterial) envolvida por ideais de autonomia, desejo, escolha e identidade. O enfoque da apresentação é a relação entre a dimensão normativa, os sujeitos habilitados ao uso da tecnologia e o mercado. Para tanto partimos de um estudo que mapeou os serviços existentes no Brasil, suas práticas, população atendida (local e estrangeira) e conexões com o mercado exterior de bancos de sêmen e óvulos (levantamento quantitativo em 80 serviços de reprodução assistida) e a perspectiva dos profissionais de saúde sobre as mudanças em curso no campo por meio de entrevistas em profundidade (n=30). O estudo revela o crescimento e incorporação desse mercado tecnológico com estabelecimento de diferentes dinâmicas de produção, consumo e conexões entre serviços em distintas localidades, considerações relacionadas aos custos envolvidos e disponibilidade das tecnologias.
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