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O Demônio de Maxwell e a produção de tempo no sistema de comunicação internauta: estudo sobre memória e esquecimento na sociologia de Niklas Luhmann
Lidiane Domingues Lidi.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Pretendo apresentar o desenvolvimento da minha pesquisa de mestrado, qual seja, um estudo sobre o funcionamento da internet como meio de comunicação - como um tipo específico de sistema de comunicação - ancorado na sociologia de Niklas Luhmann. Nossa hipótese é a de que a aceleração social do tempo relaciona-se com a produção massiva de informações no mundo contemporâneo - que dificulta o trabalho seletivo do demônio de Maxwell nos sistemas implicados. Em outras palavras, para processar (entender e criar) grandes quantidades de informação os sistemas de comunicação e, mais veementemente, os sistemas de consciência, precisam esquecer rapidamente as informações passadas. Nossa hipótese é que esse fenômeno modifica, senão transtorna, o papel da função memória, ou ainda, a atuação do demônio de Maxwell, qual seja, a de elaborar o conhecimento já criado internamente ao sistema para projetar operações futuras. O futuro, em teoria dos sistemas, é construído a partir de estruturas (expectativas) organizadas durante a autopoiesis sistêmica, ao longo da vida do sistema; se o passado precisa ser deixado no escuro para haver produção de novas informações no presente, o sistema torna-se incapaz de preparar-se para qualquer futuro, ao menos a longo prazo.O tempo pode ser compreendido, dentro dessa hipótese, de modo paradoxal: se, por um lado, o aumento da produção de informação leva à aceleração das operações sistêmicas, de outro, a incapacidade de armazenamento e elaboração de informações faz com que praticamente não exista, internamente ao sistema, um passado estruturado (conhecimento) que dê conta de planejar e trabalhar com um futuro possível, dando a sensação de presente contínuo. Isto não quer dizer que não haverá algum futuro, o meio continua existindo e se transformando. A questão é que se o demônio de Maxwell não dá conta de sua função de memória inteligente, se ele não está preparado para a instabilidade do meio, o sistema deve perecer. O demônio de Maxwell é o elemento inteligente que conhece o meio em que o sistema está inserido e acoplado no intuito de tomar as melhores decisões para permanecer vivo em relação a ele; ao ter de dar conta de uma imensa quantidade de informações permanentemente, o demônio de Maxwell deve perder sua capacidade de organizar e produzir conhecimento e viver é conhecer, na teoria cibernética.
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