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Trabalhando por projetos e trabalhando no cliente: aspectos da precariedade na atividade de desenvolvedores de software
Dimitre Sampaio Moita, Verônica Siqueira Araújo y Cássio Adriano Braz De Aquino.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O trabalho proposto consiste de relato de pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará/Brasil. O interesse se volta à análise da atividade dos desenvolvedores de software, especificamente aqueles empregados nas fábricas de software, que produzem programas de aplicação, ou seja, softwares voltados a necessidades de negócios específicas de empresas-cliente. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com seis desenvolvedores, com entre 1 e 16 anos de experiência na área, com o objetivo de construir uma análise pormenorizada da atividade desses trabalhadores e buscar, através do discurso, os aspectos que se relacionam com a precariedade laboral dentro desse contexto. As entrevistas foram gravadas e transcritas para posterior análise pelo método da análise sociohermenêutica do discurso. Nossa análise é realizada em diálogo com os dados de autores como Castillo e Agulló (2012), Legault e Belarbis-Basbous (2006) e Pujol (2014), que investigaram a realidade laboral de desenvolvedores respectivamente em Madrid, Quebec e Córdoba. Os discursos atribuíram grande importância ao modelo de gestão por projetos e ao fato de se trabalhar na empresa-cliente. O modelo de organização da produção por projetos prevê a formação de equipes multifuncionais e relativamente autônomas, compostas segundo a demanda do contratante. A flexibilidade que caracteriza as equipes de desenvolvimento é o maior sinal da busca por adaptabilidade às necessidades muito particulares de cada cliente. Os relatos dos desenvolvedores tratam de dificuldades de reivindicação de direitos quando alocados nas empresas-cliente; jornadas de trabalho excessivas com sobrecarga tanto qualitativa quanto quantitativa da atividade; exigência de doação total ao trabalho ou presenteísmo, que resulta em hiper-solicitação; dificuldade de gerir a relação entre trabalho e outras dimensões da vida, o que em alguns relatos chegou a privação de atividades como lazer e práticas esportivas. Por fim, refletimos sobre a terceirização e o outsourcing, práticas comuns nas fábricas de software, e seus reflexos sobre a subjetividade dos desenvolvedores.
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