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Competência e resiliência no campo da tecnologia da informação: o trabalho como ambiente de pressão e o/a trabalhador(a) como responsável pelo gerenciamento de si
Tatiele Pereira De Souza.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
As transformações no campo econômico, cultural e político que vem se desenhando há mais de quarenta anos nas diversas regiões do globo acarretaram modificações nas formas de organização da produção, nas formas de contratação e no perfil do/da trabalhador/a demandado. No Brasil, tais mudanças se intensificaram a partir da década de 1990 e permitiram a promoção do processo de reestruturação produtiva, impulsionado por decisões políticas e pela adoção das novas tecnologias da informação e da comunicação. Nesse contexto, ocupações desapareceram, novas ocupações sugiram e outras foram modificadas. No campo da relação entre trabalho e qualificação, exige-se, cada vez mais, um/uma trabalhador(a) polivalente, dotado de conhecimentos variados tanto técnicos quanto emocionais e comportamentais. A noção de competência passa a figurar no discurso gerencial, assim como a ideia de um/uma profissional empreendedor e gestor de sua própria carreira. As ocupações no campo da tecnologia da informação surgem na década de 1970 e a literatura sobre a área informa que essas ocupações incorporam, em grande medida, as novas exigências em torno do perfil de trabalhador(a), pautada na importância da criatividade, da autonomia, da capacidade de iniciativa e de trabalhar em equipe (HARVEY, 1992; CASTRO; BRIDI, MOSSI,2012; MACEDO, 2011; GARZA, 2010). Esta comunicação tem por objetivo apresentar uma parte da minha pesquisa de doutorado em sociologia que teve por objetivo analisar a organização do trabalho e da identidade de profissionais no campo da tecnologia da informação no Brasil inseridos em duas modalidades de contratação distintas: profissionais com contratos de trabalho formais e profissionais inseridos em formas flexíveis de trabalho e empreendedores(as). A metodologia comportou uma triangulação de fontes e métodos, incorporando a análise de base de dados governamentais, análise do discurso de matérias de revistas e sites da área e aplicação de surveys direcionados à profissionais do campo. O objetivo desta comunicação é refletir sobre o conceito de resiliência encontrado na análise do discurso das publicações e utilizado para a difusão de um ideal de profissional. O conceito de resiliência caracteriza-se pela capacidade das pessoas de se recuperar de situações de estresse e traumas e apresentou-se como um elemento central na difusão de um ideal “emocional” de profissional: aquele que suporta passar por situações estressantes no trabalho sem se abalar ou revoltar. Pode-se constatar que as revistas no campo da tecnologia da informação difundem um ideal de profissional pautado na ideia de empreendedorismo, de gerenciamento de si e utiliza-se de conceitos originados em outras áreas, como o termo resiliência, para legitimar determinadas formas de ser do/da trabalhador(a). Esse discurso atribui ao indivíduo a responsabilidade por ser reconhecido e valorizado no trabalho. Tal situação pode dificultar formas de organização e de construção coletiva para enfrentar os problemas presentes no trabalho.
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