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Relações transnacionais da Confederação Abolicionista com as Repúblicas Sul-Americanas no pós-abolição
Gabriela Pereira Martins.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Pesquisas recentes têm mostrado que as associações abolicionistas tiveram um papel importante na campanha pela abolição da escravidão no Brasil no final do século XIX. Durante a campanha pela abolição as associações abolicionistas agiram como um movimento social organizado, pois compartilharam discursos e estratégias, promoveram ações coordenadas de norte a sul do Brasil e estabeleceram vínculos com a rede abolicionista transnacional, principalmente com a Inglesa, Espanhola e Francesa (Alonso, 2015; Dresher, 2009). O curioso é observar que mesmo após a lei de 13 de maio de 1888, que declarava extinta a escravidão no Brasil, algumas associações abolicionistas brasileiras continuaram agindo no espaço público e lançando mão dos mesmos recursos e contatos. Diante disso, este trabalho busca explicar o que essas associações ainda estavam fazendo depois da abolição, entre o dia 13 de maio de 1888 a 24 de fevereiro de 1891, dia da promulgação da Constituição Republicana. Mais especificamente este trabalho detém-se sobre a atividade transnacional estabelecida pelas as associações abolicionistas durante este período. Para tanto, foi realizada pesquisas em jornais e constatamos que a Confederação Abolicionista funcionou como uma estrutura suspensa entre pré e pós abolição, na medida em que serviu como ponte organizacional para o ativismo dos ex-abolicionistas. Esta associação manteve atividade durante um período pouco favorável para a mobilização, de modo a servir como uma rede de ativismo e espaço de coordenação e especialização técnica de um saber fazer político. E mais do que isso, suas relações durante o pós-abolição também foram transnacionais, principalmente com as Repúblicas Sul-Americanas: Argentina e Uruguai. Observamos que esta relação transnacional abolicionista logo após a abolição se fez necessária principalmente com essas duas Repúblicas fronteiriças do Império do Brasil. Além do mais observamos que foram contatos: 1) com representantes da imprensa; 2) e com representantes governamentais. Neste último caso, o mais significativo foi o contato com o ministro argentino Enrique Moreno, na ocasião em que a Confederação Abolicionista promoveu um festival em homenagem à República da Argentina no dia 09 de julho de 1888. Com esta experiência de contato transnacional (Keck; Sikkink, 1998) da Confederação Abolicionista durante o pós-abolição queremos demonstrar que continuou existindo uma rede de abolicionistas além das bordas, que não se desfez imediatamente após a abolição. E este contato se deu porque a Confederação Abolicionista encontrou um Estado imperial refratário as suas outras demandas complementares à abolição, por isso, acionou a sua rede de aliados fora do Estado-Nação que pudessem ajudá-los a exercer pressão. E neste caso, foram os vizinhos republicanos. Acreditamos que via associações abolicionistas é possível captar a dimensão de um pensamento social transnacional que é coletivo e político, pois elas funcionaram como um espaço de aprendizado e de compartilhamentos de um fazer político transnacional.
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