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Análise dos "movimentos sociais" em perspectiva classista
Eliel Machado.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A despeito de toda produção teórica sobre os chamados “movimentos sociais”, dentro e fora do marxismo, é preciso constituir uma teoria que os relacione mais sistematicamente com as classes sociais. Esta é uma equação ainda não completamente resolvida, embora vários intelectuais tenham se debruçado sobre ela, mas, em geral, eles os têm circunscritos ao âmbito dos oprimidos e dos explorados. Mesmo assim, carece-se de uma teoria que explicite as suas determinações de classe e que, ao mesmo tempo, incorpore os movimentos burgueses (frações não hegemônicas) e dos médios burgueses ao escopo teórico geral. Provavelmente, a maior dificuldade dentro do marxismo para se relacionar “movimentos” com “classes dominantes” não hegemônicas é de natureza teórica, já que “empiricamente” elas se “movimentam”, p. ex., com o surgimento da UDR brasileira. No que se refere aos “movimentos dos oprimidos” (LGBTs, negros, antiglobalização etc.), geralmente se negligencia as suas determinações de classe (econômica, política e ideológica) e se privilegia sobretudo as suas demandas, como se estas fossem descoladas daquelas. De igual modo, isto se repete em relação aos movimentos do médio capital. Como os marxistas têm privilegiado movimentos cujas demandas se relacionam ao trabalho (emprego, terra, salário) ou à reprodução da força de trabalho (moradia, saúde, transporte, mulheres etc.), os demais permanecem num plano secundário e carecem de categorias teóricas mais precisas. Em vista disso, a principal contribuição teórica que propomos é oferecer alguns subsídios que supram estas lacunas: 1. Que se relacione as demandas/bandeiras dos movimentos dos oprimidos às suas determinações de classe; 2. Que se considere a possibilidade de as frações dominantes não hegemônicas também se organizarem em movimentos. Para uma melhor compreensão da nossa proposta, faz-se necessário definirmos qual é o entendimento que temos de “movimentos sociais” e qual é a sua articulação com as classes sociais: entendemo-los como representações defasadas de classe, do mesmo modo que os partidos políticos para Poulantzas; e em relação à articulação com as classes, defendemos a hipótese de que, teoricamente, os “movimentos” podem pertencer a todas elas, à exceção das frações hegemônicas. Isto se deve, de um lado, à autonomia relativa das instâncias e, de outro, às “práticas de classe”, reconhecidas ou não pelo Estado burguês. Neste sentido, eles são, em última instância, o efeito “empírico” da luta de classes numa determinada formação social, ao lado dos sindicatos e dos partidos. Como estes últimos, eles são a expressão das “práticas de classe” dentro dos limites impostos pelas próprias estruturas na cena política. A rigor, trata-se, portanto, de “movimentos de classe” que, no senso comum acadêmico e/ou fora dele, recebem genericamente a denominação de “movimentos sociais”.
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