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“Indústria 4.0”: conceitos e debates
Joana Martins Contino.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Neste trabalho, pretendemos realizar uma crítica ao conceito de “Indústria 4.0”, segundo o qual estaríamos vivendo uma “quarta Revolução Industrial” em que as novas tecnologias provocariam importantes transformações nos processos produtivos industriais e nas relações sociais a eles correspondentes. O conceito foi apresentado em 2011, quando um grupo de trabalho composto por empresários, pesquisadores e representantes do governo alemão promoveu a ideia como uma abordagem para fortalecimento da competitividade da indústria de transformação alemã. No Brasil, foi elaborado recentemente, por instituições comprometidas com o desenvolvimento industrial no país (ABDI, ABIT, SENAI CETIQT), o estudo prospectivo sobre o setor têxtil e de confecção denominado A quarta Revolução industrial do setor têxtil e de confecção: a visão de futuro 2030. Ele aponta para a possibilidade de desenvolvimento tecnológico para esse setor com a adoção dos princípios da “Indústria 4.0”. A argumentação do presente artigo foi construída a partir da análise dessas duas publicações sobre a “Indústria 4.0” – a alemã, que lançou o conceito, e a brasileira voltada ao setor têxtil e de confecção – e da sua contraposição a um referencial teórico proveniente da crítica da economia política marxiana. Além disso, através de pesquisa bibliográfica, refletimos sobre os métodos de controle de trabalho característicos de diferentes momentos históricos e seus correspondentes modelos de organização industrial – taylorismo/fordismo e toyotismo/reestruturação produtiva –, procurando compreender o que eles têm de específico e, sobretudo, destacar o que eles têm como sua base ontológica, a subsunção do trabalho ao capital. Analisamos alguns aspectos da “Indústria 4.0” visando demonstrar que, apesar das novas tecnologias, sua implementação não acarreta em nenhuma grande ruptura com os métodos de controle de trabalho em prática a partir da reestruturação produtiva nos anos 1970/80. Argumentamos também que, graças às contradições inerentes ao modo de produção capitalista, a intensa automação correspondente aos preceitos da “Indústria 4.0” não pode ser plenamente implementada em todos os setores industriais, pois isso implicaria um aprofundamento ainda maior das contradições e crises do modo de produção capitalista, com efeitos nocivos para o funcionamento do próprio modo de produção. Procuramos demonstrar ainda que, em se tratando especificamente da indústria da confecção de vestuário, o cenário hoje está bem distante do previsto pelo estudo setorial brasileiro. A produção de vestuário tem uso intensivo de força de trabalho e a sua maior parcela ocorre em países periféricos onde o antagonismo entre capital e trabalho tende a ser mais acentuado. Sendo assim, nos parece que, ao contrário do previsto no estudo, nesse setor a “Indústria 4.0” deve ser apenas parcialmente implementada, já que nos países periféricos continua sendo mais vantajoso ao capital a utilização de trabalho vivo.
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