Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Megaemprendimentos e territorialidades na Amazônia: o preço da (in) sustentabilidade
Helciane De Fátima Abreu Araujo, Mariana Leal Conceição Nóbrega, Jurandir Santos De Novaes y Arydimar Vasconcelos Gaioso.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O estudo analisa os efeitos das ações de implantação de megaempreendimentos agroindustriais e de infraestrutura, vinculados aos ramos da produção de celulose, siderurgia, minério e monoculturas de soja, eucalipto e cana de açúcar, no oeste do Maranhão-Brasil sobre as relações sociais e processos organizativos econômicos e políticos de grupos que se autodenominam trabalhadores (as) rurais e quebradeiras de coco babaçu que residem e transitam nessa região, também conhecida como Amazônia Maranhense. Os dados colididos, por meio de cartografias sociais dessas situações, entre 2011 a 2016, demonstram especificidades das intervenções desses investimentos que, a luz de conceitos canonizados em discursos oficiais e de cunho mercadológico, como “responsabilidade socioambiental” e “sustentabilidade”, adotam estratégias de marketing social, valendo-se de certificações ambientais internacionais como dispositivos de apaziguação da crítica e controle social. Analisamos, particularmente, a instalação da fábrica de papel e celulose Suzano S.A., na microrregião de Imperatriz –MA, em 20 de março de 2014, interferindo diretamente nos modos de existência e de identidades coletivas específicas de povos e comunidades tradicionais, ocasionando conflitos territoriais e deslocamentos compulsórios. No Brasil, a expansão dos plantios homogêneos e alienígenas de espécies vegetais, associada à dilapidação dos bens naturais contribui para a redução das florestas nativas. As empresas se destacam no debate sobre o desenvolvimento regional, utilizando diferentes práticas para a extração dos bens naturais do território, contando com o subsídio estatal através de políticas e dispositivos legais que facilitam sua ação. Questionamos sobre a suposta responsabilidade ambiental do denominado território corporativo (BECKER, 2007) que, em detrimento das demandas sociais, promove exclusão de grupos sociais e de identidades coletivas específicas (ALMEIDA, 2004) como: quilombolas, indígenas, quebradeiras de coco babaçu, trabalhadores rurais. A estratégia de negócio da Suzano S.A, contraditoriamente aos princípios de sustentabilidade, privilegia objetivos financeiros e mercadológicos. A silvicultura aparece na atualização semestral de julho de 2014 do Cadastro de Empregadores do Ministério do Trabalho como segunda atividade econômica com maior percentual de trabalhadores submetidos à condição análoga às de escravos. Essa empresa acumula selos de certificação ambientais internacionais, a exemplo dos Ecolabel e Nordic Swan, atestando sustentabilidade ambiental para os consumidores europeus durante o processo produtivo. Tais certificações que avalizam a adoção de práticas ditas “sustentáveis” ao mercado europeu, um dos principais destinos da celulose da unidade fabril de Imperatriz (MA), se concentram nas emissões de gases, consumo de energia e uso de matéria-prima certificada, no entanto, não garantem a sustentabilidade econômica, ambiental e cultural dos povos e comunidades tradicionais atingidos diretamente pelo empreendimento em questão. O trabalho aborda, ainda, a resistência de identidades coletivas a esse tipo de intervenção, por vezes dissimulada como “negociação” (ACSELRAD, 2014), em lutas pelo acesso aos recursos naturais e pelo reconhecimento de formas organizativas pré-existentes.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.