Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
OCUPAÇÕES URBANAS: Memória e Ações Coletivas
Rodrigo Schames Isoppo y Marcelo Arioli Heck.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A modernidade ocidental é marcada pela excessiva produção de informação, efeito da sofisticação digital e da globalização. As tecnologias de poder, paralelamente, se voltam a produzir uma subjetividade individualizante atuando, através da mídia de massa e da publicidade, nos campos mais profundos do sujeito, seja no corpo, no pensamento e no desejo. A instância midiática, assim como a população, posiciona-se politicamente fora da governança, mas posiciona-se sobre ela. Este posicionamento é legitimado pela opinião pública, fazendo com que a mídia seja essencialmente um meio de formação de opinião pública. Do mesmo modo, a História e seus métodos cartesianos se utilizam da narrativa dominante para preencher suas páginas, sugerindo que existe uma verdade sobre o nosso passado que é escrita pela mão dos vencedores (BENJAMIN, 1986). A velocidade da informação ajuda a empobrecer a experiência singular do sujeito e apagar os rastros culturais minoritários, fazendo-se necessário uma análise da produção da memória coletiva e suas expressões narrativas. Neste cenário ocorre constantemente o ofuscamento de diversos elementos constitutivos da coletividade, como a memória e as questões associadas a ela. Neste cenário caótico, a proposta é apresentar uma visão a partir da base do movimento, sem qualquer filtro de negócios (seja de mídia ou do Estado), mas nem por isso neutro politicamente - pelo contrário. Propõe-se, assim, através de um método investigativo, analisar como as mobilizações sociais têm se organizado para resgatar e produzir outra memória coletiva que respeite a multiplicidade e a singularidade dos que são excluídos pelos poderes e pela história. A questão central é se, a partir das ocupações dos espaços da cidade, seja através do espaço público em si como também representado por instituições públicas, a produção da memória coletiva ainda se sustenta para além de seus acontecimentos. As manifestações urbanas aqui analisadas e discutidas não podem ser classificadas como organizações, mas sim como ações coletivas, definidas por Tilly e Tarrow (2007) como coordenação de esforços em favor de interesses ou programas compartilhados. O processo relacional entre territorialização, identificação e memória está estruturado em um modelo político sustentado no sistema de construção das cidades para apagar a memória urbana e constituir a paisagem como espaço de consumo. Segundo Pollack (1992) os elementos constitutivos da memória, individual ou coletiva, são os acontecimentos vividos pessoalmente e também pelo grupo ou coletividade à qual a pessoa se sente pertencer. Ao afirmar-se que a memória é um fenômeno construído desde imagens, ao se tratar da memória herdada enquanto produção e incorporação de legado imagético fica estabelecida a inexorável e estreita ligação entre memória e constituição biográfica.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.