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Drogas e religiosidade: contribuições para o debate acerca da interface ciência-religião
Janaina Alexandra Capistrano Da Costa y Orivaldo Pimentel Lopes Jr.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Estudos históricos e arqueológicos revelam a existência de uma longa relação entre o uso de substâncias psicoativas e a religiosidade humana. Na antiguidade clássica Heródoto observou o uso do cânhamo e de madeiras aromáticas nos ritos fúnebres da Cítia, também há indícios de que o oráculo de Delfos se pronunciava através do transe extático causado pela inspiração de vapores derivados da queima de ópio. Segundo Mircea Eliade, esse tipo de experiência visionária é análoga ao êxtase xamânico e, por conseguinte, à mística religiosa. Na América da pré-conquista, o uso ritualístico desse tipo de substâncias era amplamente difundido e diversificado, à exemplo do uso sagrado da folha de coca, do tabaco e de rapés paricá, vilca e yopo dotados de grande potencial alucinógeno. Porém, no contexto pós-colonialista o cerco moral e jurídico promovido pela Inquisição e pelo proibicionismo de Estado transformou a relação entre as drogas e a religiosidade, de modo que atualmente prevalece o ideal da abstinência, a estigmatização de certas substâncias e de seus usos. Nos últimos anos o grupo de pesquisa Mythos-Logos: religião, mito e espiritualidade abrigou diversas pesquisas através das quais buscamos identificar como se configura dita relação mediada por diferentes instituições religiosas numa conjuntura de guerra às drogas. Comparando os discursos sobre as drogas entre as denominações, e suas respectivas ações no espaço público pudemos constatar que a eles eram conferidos basicamente três sentidos: a pura e simples condenação das drogas com a correspondente ausência de uma ação na esfera pública, o uso de substâncias consideradas drogas e uma ação pública voltada para a busca da aceitação dessa prática, e, finalmente, uma condenação “compreensiva” com uma ação frequente no espaço público através de grupos e/ou casas de reabilitação. Essa realidade suscitou-nos a indagação sobre de que modo a presença ou ausência do discurso acadêmico dentro das instituições religiosas poderia aprimorar a qualidade e a intensidade da ação destas no espaço público com vistas a lidar com a problemática do consumo de drogas. Percebemos que a normalmente sub-estimada postura da academia com relação às instituições religiosas não ajuda em nada a enfrentar os problemas sociais vinculados ao abuso das drogas. Entretanto, uma interação crescente entre a academia e tais instituições tem produzido novas abordagens a esse grande problema social no Brasil.
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